O Slack — o aplicativo usado nas empresas que facilita a comunicação entre times e equipes de trabalho, substituindo o uso de emails — acaba de levantar US$ 427 milhões numa rodada de capital que o avalia em US$ 7,1 bilhões (incluindo o caixa que está entrando agora.)

Segundo o Financial Times, que deu a notícia com exclusividade, o novo valuation é mais de 40% acima da última rodada, que aconteceu há menos de um ano. 

O Dragoneer Investment Group e a General Atlantic lideraram a nova rodada, que contou também com o T. Rowe Price, a Wellington Management e acionistas atuais. Os investidores apostam que o Slack vai ganhar share num mundo corporativo obcecado por aumentar a produtividade. O Slack permite uma comunicação direta e informal, mais parecida com o Whatsapp, eliminando as intermináveis correntes de emails.

 
Segundo o FT, o Slack tem 8 milhões de usuários ativos/dia, muitos dos quais usam o produto básico (que é gratuito).  Há 70.000 equipes pagantes, principalmente em empresas de tecnologia.
A empresa foi fundada por um ex-executivo e um dos fundadores do Flickr, o site de fotografias que depois foi vendido ao Yahoo. No ano passado, o Slack reportou um faturamento recorrente de US$ 200 milhões e estava crescendo 100% ao ano, segundo o Financial Times.
 
O novo capital dá munição ao Slack para as próximas batalhas daquilo que já é chamado de “Collaboration Wars” — a concorrência pelo controle das plataformas de colaboração interna cada vez mais utilizadas por empresas, grandes e pequenas, em busca de aumento de produtividade. O Slack está na vanguarda do setor, mas já enfrenta produtos concorrentes de peso desenvolvidos por outros unicórnios do Vale, como o Dropbox Paper e o Box Notes, e mesmo por gigantes de tech, como o G Suite (Google) e o Microsoft Teams, lançado há menos de dois anos e imediatamente apelidado de “Slack killer”. 

A disputa mais empolgante, sem dúvida, é com a Microsoft.  Reza a lenda que, ainda em 2016, a Microsoft cogitou adquirir o Slack por US$ 8 bilhões, mas acabou desistindo em prol do desenvolvimento de uma nova solução usando o Skype como base. Hoje, o Microsoft Teams já é utilizado por mais de 200 mil organizações e é a ferramenta preferida entre grandes empresas e agências do governo americano.