A Siguler Guff — a gestora de private equity americana — está investindo R$ 150 milhões na Verzani & Sandrini, o segundo maior player do Brasil em serviços terceirizados de limpeza, segurança e manutenção, atrás apenas da GPS.
A rodada é a terceira na história da Verzani & Sandrini, fundada em 1967 na região do ABC Paulista pelas duas famílias que lhe emprestam o nome.
Depois de passar décadas crescendo organicamente, a companhia levantou capital com a NEO Investimentos em 2017 para começar a fazer aquisições. Em 2020, a Kinea Investimentos também entrou no cap table, dando mais gás à estratégia.
Desde então, a Verzani & Sandrini fez 12 aquisições, entrando em novas geografias e adicionando R$ 1,3 bilhão de receita. Hoje, a empresa atende 1,3 mil empresas com 63 mil funcionários espalhados pelo Brasil.
A rodada de hoje — 100% primária — vai permitir à empresa dobrar a aposta nessa estratégia agressiva de M&As.
O CEO Fabio Sandrini disse ao Brazil Journal que a companhia tem um pipeline robusto de alvos potenciais e planeja fazer “pelo menos” mais quatro aquisições no ano que vem.
A companhia está fechando o ano com receita de R$ 3,3 bilhões, um crescimento de 24%, e EBITDA de R$ 220 milhões. A meta é elevar a receita para R$ 4 bilhões e o EBITDA para R$ 300 milhões no ano que vem.
A Verzani & Sandrini está tentando consolidar um mercado extremamente fragmentado: existem mais de 100 mil empresas de terceirização no Brasil, e as duas maiores respondem por menos de 8% do mercado (a GPS tem um share de 5% e a Verzani & Sandrini, de 2,5%).
“É um espaço muito grande para a consolidação,” disse Cesar Collier, o managing director da Siguler Guff no Brasil. “Nos Estados Unidos, as duas maiores empresas desse setor já tem uns 40% do mercado.”
Segundo ele, outro ponto que atraiu a gestora foi a resiliência do setor de serviços terceirizados, que vem crescendo a taxas de dois dígitos há anos, bem como o desempenho acima da média da empresa.
“Nos últimos 20 anos eles têm conseguido crescer a um CAGR de mais de 20%,” disse ele.
Segundo Fábio, a empresa consegue crescer mesmo em momentos de PIB negativo porque opera numa atividade essencial.
“Um hospital ou uma indústria dificilmente vai ficar sem limpeza, sem manutenção e sem segurança, porque eles não conseguem operar sem isso,” disse o CEO. “Óbvio que em momentos de crise tem uma pressão maior do mercado em relação aos custos, mas dificilmente algum cliente corta o contrato.”
Segundo ele, o churn da Verzani & Sandrini é inferior a 3% hoje.
O aporte da Siguler Guff vem um ano depois da Verzani & Sandrini tentar um IPO. No final de 2021, a companhia chegou a fazer o filing na CVM, mas o mercado fechou.
Fabio disse que ainda não está definido quando a empresa deve tentar novamente abrir o capital, mas que o plano se mantém. “Como temos fundos que vão ter que sair em algum momento, devemos sim buscar o IPO novamente.”