Depois de um longo e tenebroso inverno… havia filas de espera demoradas nos restaurantes, gente comprando ingresso nos cinemas e — aleluia! — outros gastando dinheiro nas lojas.
A venda do Dia dos Namorados surpreendeu em shoppings de norte a sul do país.
O Brazil Journal conversou com as empresas do setor e identificou quatro grandes temas:
O fluxo e as vendas vêm melhorando com o avanço da vacinação, inclusive com as pessoas de terceira idade voltando a frequentar os shoppings.
Restaurantes e cinemas tiveram um movimento muito forte. Os estúdios, que estavam represando as estreias, fizeram três lançamentos: Cruella, Invocação do Mal 3 e Mortal Kombat (aliás, nomes adequados para uma pandemia).
A olho nu, alguns superintendentes de shoppings acham que foi a melhor semana do ano para os cinemas.
Nas compras, os shoppings dizem que a conversão foi alta principalmente em três categorias: lojas-âncoras; cama, mesa e banho; e eletroeletrônicos (particularmente celulares). Itens como perfumaria e calçados também tiveram boa performance ajudados pela particularidade da data, enquanto, por outro lado, as lojas satélites de vestuário ainda não engrenaram.
Olhando pra frente, os shoppings estão otimistas com o quarto trimestre, particularmente depois que o Estado de São Paulo antecipou o calendário de vacinação em um mês. Isso deve garantir que quase toda a população adulta chegue ao trimestre mais importante do ano para as empresas com pelo menos uma dose.
No Norte Shopping, o maior da BR Malls no mercado do Rio; no Tamboré, o maior EBITDA da empresa em São Paulo, e nas propriedades de Cuiabá e Goiânia, o tráfego de veículos e a prévia de vendas indicam um Dia dos Namorados mais forte do que em 2019.
“No consolidado, provavelmente ainda estamos abaixo de 2019, mas a trajetória é de recuperação clara,” Ruy Kameyama, o CEO da BR Malls, disse ao Brazil Journal. “Existe uma demanda reprimida com entretenimento com socialização. As pessoas querem voltar a circular e o shopping continua sendo o quintal do brasileiro pela sua organização e segurança.”
Ruy disse que a BR Malls teve que fechar a entrada de vários shoppings no fim de semana para respeitar os protocolos de ocupação máxima que alguns estados impuseram durante a pandemia.
Na Aliansce Sonae, o CEO Rafael Sales disse que a maior parte do portfólio teve crescimento no fluxo de veículos em relação a 2019. Enquanto os shoppings da Aliansce em São Paulo ainda tiveram queda entre 7% e 8% — parte disso atribuível à limitação do horário de funcionamento — os shoppings do Rio tiveram alta entre 8% e 9%.