Roberto Setúbal acha que a crise imporá mudanças inevitáveis à economia, e que a sociedade precisa aceitar esse ajuste e permitir que empresas quebrem. 

10265 d7e2de08 cb00 0000 0000 2e730332a369“A economia vai necessitar se ajustar à nova demanda. Há empresas que não existirão mais nesse futuro porque não haverá demanda suficiente para a existência delas, mas outras surgirão,” Setúbal disse numa call do BBA. 

O co-chairman do Itaú Unibanco comparou a flexibilidade do mercado de trabalho dos Estados Unidos com a rigidez do europeu. 

Enquanto o modelo americano permite demissões em massa e o Governo ajuda os desempregados com auxílios emergenciais, na Europa os governos tentam proteger empregos a qualquer custo ajudando as empresas.

Para Setúbal, o resultado é óbvio: a economia dos EUA vai se ajustar muito mais rapidamente.

“Eles deixam a empresa que não é mais necessária do ponto de vista macroeconômico quebrar, e aquele empregado vai trabalhar no setor que está demandando. Quando você tenta proteger o emprego e a empresa que deixa de ser viável, o ajuste se torna mais doloroso e mais longo.”

Setúbal disse que o juro baixo no Brasil é extremamente positivo, já que diminui o custo financeiro das empresas e as ajuda a atravessar a crise. 

Mas também há efeitos colaterais, como o dólar mais caro.  

“Acho que isso veio pra ficar… Vamos ter que conviver com o real mais desvalorizado e ajustar a economia a esse novo patamar, já que isso terá consequências para alguns setores.”

Enquanto o banqueiro falava, o dólar batia novo recorde, chegando a R$ 5,87. 

Na call, o empresário lembrou ainda que historicamente o Itaú aproveitou as crises para fazer grandes aquisições. 

“Não estou dizendo que vamos comprar alguém, mas se aparecer alguma coisa interessante, que faça sentido, vamos estar presentes.”

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