O Credit Suisse está exposto em pelo menos R$1 bilhão em títulos do Estado do Rio de Janeiro, parte dos quais já está em default. (O valor inclui apenas o principal, e não os juros acruados.)
Para o banco, a situação pode ser apenas um desconforto temporário: os empréstimos têm garantia da União, e é provável que o Tesouro Nacional honre o aval que deu.
A enorme exposição do Credit Suisse começou com um empréstimo de R$600 milhões que o banco fez diretamente ao Estado do Rio em 2014. No ano passado, no meio da crise que assolou o BTG, o Credit Suisse comprou do banco de André Esteves um empréstimo de R$400 milhões que o BTG havia dado ao Estado do Rio — não se sabe a que preço.
O Brazil Journal descobriu que, há alguns dias, o Estado do Rio deixou de pagar os juros deste empréstimo, e o mesmo deve acontecer com o empréstimo de R$ 600 milhões, cuja parcela de juros vence em outubro.
O Rio é o Estado com maior volume de dívidas garantidas pelo Tesouro — o que significa que as péssimas escolhas do povo fluminense na política têm repercussões para todo o País. O Rio tem dívidas de R$32,6 bilhões com garantia da União, ou 15,7% de todas as operações de crédito com garantia do Tesouro, seguido por Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Rio Grande do Sul.
Segundo a Secretaria do Tesouro, em maio e julho deste ano a União honrou dívidas referentes a contratos de rresponsabilidade do Estado do Rio no valor de R$ 537 milhões.
Operações de crédito para Estados e municípios foram o prato do dia quando o Brasil estava por cima. Os bancos mais ativos no negócio eram o Credit Suisse, a Merrill Lynch e o BTG Pactual.