A Rappi demitiu algumas centenas de funcionários em toda a América Latina nos últimos dias, segundo fontes ouvidas pelo Brazil Journal.  No Brasil, as fontes estimam as demissões em 150, concentradas em cargos mais juniores. A alta gerência foi poupada. 

Os cortes acontecem oito meses depois de a companhia receber um aporte de US$ 1 bilhão do Softbank para expandir as operações.

A Rappi afirmou que as demissões representam 6% dos colaboradores e ocorrem porque a companhia decidiu investir no time de tecnologia e experiência do usuário.

“A empresa optou por reduzir algumas áreas e ampliar outras para atingir seus planos”, disse a empresa ao Brazil Journal. “Essa decisão não afeta nossos planos de crescimento, inclusive estamos contratando um grande número de funcionários para as áreas foco”. 

Fontes próximas à companhia afirmam que o negócio da Rappi vem crescendo consecutivamente, mas que nos últimos meses a competição com iFood, sempre acirrada, ficou ainda mais agressiva, o que vem se traduzindo em margens mais apertadas para conquistar e reter consumidores e restaurantes.

Internamente, a Rappi tem buscado várias iniciativas para melhorar a rentabilidade do negócio. 

A Rappi tem ao todo cerca de 5 mil funcionários. A parte de desenvolvimento de software está espalhada na América Latina, em cidades como Buenos Aires, Cidade do México e Bogotá. No Brasil, mercado prioritário da companhia, está localizada a equipe comercial e mais dedicada à criação e execução de produtos. 

As demissões acontecem num momento em que a Rappi está reorganizando sua estrutura de comando no País. 

A Coluna do Broadcast noticiou que Sérgio Saraiva, que acaba de sair da Cielo, deve assumir a posição de CEO da companhia no Brasil.

Hoje, quem comanda a operação no País é Ricardo Bechara, que liderou a expansão da companhia para 40 cidades em pouco mais de dois anos. Dentro da Rappi, especula-se que ele deve assumir outra função no grupo. 

Sebastian Mejía, um dos fundadores, mudou-se para o Brasil em meados do ano passado e tem supervisionado as operações, com foco principal na vertical de novos negócios.  

O comando já vem sendo dividido em verticais regionais.  

Ana Paula Bogus, que era VP na Kimberly-Clark, onde atuou por 12 anos, chegou em dezembro como general manager para tocar toda a operação de São Paulo, praça que representa mais de 50% da receita da Rappi. 

Simmon Nam — que passou pelo Quinto Andar, 99 e Alpargatas — também assumiu como general manager em outubro, para tocar a operação ex-SP, ainda bem menos madura. 

Em outubro, a Rappi também trouxe Ricardo Roza, um veterano da Ambev que liderava a área de trade marketing, para assumir como diretor de restaurantes, a vertical mais representativa dentro do negócio da companhia.