A Louis Dreyfus Corporation (LDC) pretende zerar sua participação na Raízen na quarta-feira numa transação que reduzirá o overhang que paira sobre o papel e deve aumentar a liquidez da ação.

O anúncio do leilão, no entanto, está fazendo a Raízen mergulhar 4,7% para R$ 3,26, convergindo para o preço mínimo do leilão.

Segundo uma fonte com conhecimento do assunto, as ações da Raízen são carregadas por uma holding chamada Hédera (a vendedora do bloco) e foram dadas em garantia aos credores da LDC, que agora serão pagos com os recursos da venda.  Os credores incluem Bradesco, Santander e bancos internacionais.

Por meio da corretora BTG Pactual, a LDC anunciou que venderá 330,6 milhões de ações a um preço inicial de R$ 3,15. O bloco equivale a 3,3% do capital da Raízen – mas, mais importante ainda, a 24,32% do free float da Raízen. 

Como o free float da companhia é de apenas 12% – e a LDC não negociava seu papel – a pulverização das ações deve aumentar o giro no papel daqui para frente.

O leilão também deve colocar fim ao overhang: o papel da Raízen sofre em parte porque o mercado sabia que a LDC teria que vender em algum momento.

A LDC se tornou acionista da Raízen quando a empresa controlada pela Cosan e a Shell comprou a Biosev em 2021, ainda antes de seu IPO.

A Raízen pagou pela transação com 3,5% de seu capital e assumiu R$ 3,6 bi em dívidas da Biosev (o equivalente a 2x EBITDA da Biosev), de uma dívida total de R$ 8 bilhões.

A Raízen vale R$ 33,9 bilhões na Bolsa e negocia perto da mínima histórica.

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