Parece que US$ 100 bilhões é fichinha para as ambições de Masayoshi Son.

O Softbank está estudando fazer um IPO do Vision Fund — que já investiu praticamente todo o capital dois anos antes do previsto — e captar um novo fundo com pelo menos o mesmo tamanho do primeiro.

As informações são do The Wall Street Journal.

Segundo o jornal, Masa está negociando com o Sultanato de Omã para um investimento bilionário no Vision Fund.

A necessidade de novos recursos é urgente: recentemente Masa teria ido a China e negociado diversos deals avaliados em bilhões de dólares — dinheiro que o Vision Fund ainda não tem, segundo as fontes do WSJ.

Quando lançou o Vision Fund, o plano era investir os US$ 100 bilhões no período de quatro anos. Mas o ritmo frenético de Masa fez com que o prazo caísse pela metade.

Nos próximos meses, o fundo deve ter uma injeção de recursos com os IPOs de algumas de suas investidas, como o Uber, mas o capital não deve ser suficiente para todos os investimentos que Masa planeja fazer.

Dentre as duas opções avaliadas pelo SoftBank, o IPO do Vision Fund parece ser o plano mais ambicioso (e difícil de ser levado adiante).

A ideia seria criar uma pequena versão da Berkshire Hathaway, com uma (grande) diferença: ao invés de empresas estabilizadas e lucrativas, a holding seria composta por pequenas companhias de tech ainda em processo de se tornarem rentáveis.

Se a oferta for bem sucedida, o Vision Fund teria acesso a uma nova fonte de recursos — os investidores de varejo que normalmente não podem colocar dinheiro em fundos de venture capital por questões regulatórias. 

“Como uma gestora global de recursos avaliamos diversas fontes de capital”, um porta-voz do Vision Fund disse ao WSJ, acrescentando que nenhuma decisão foi tomada.

A segunda opção já estaria em andamento. O WSJ diz que a empresa está conversando com bancos para ajudar na captação dos recursos para o segundo Vision Fund.

A estrutura seria com duas classes de units: uma menos arriscada, que daria um retorno fixo, e outra de maior risco que pagaria apenas se o fundo atingisse um nível mínimo de lucratividade.

Mas mesmo este caminho não deve ser fácil.

O grande desafio é encontrar investidores institucionais dispostos a entrar num fundo que não tem a governança e os processos que eles normalmente exigem. Por enquanto, o Vision Fund só captou recursos com fundos soberanos, que não tem essas exigências

(Além dos governos da Arábia Saudita e de Abu Dhabi, o fundo recebeu pequenas contribuições de empresas como a Apple e a Qualcomm).

Já a captação com Omã também pode se provar difícil. Hoje, o país está sob forte pressão econômica, com endividamento crescente em dólares e queda em suas reservas cambiais.

Para piorar: o primeiro Vision Fund tem tido dificuldades com alguns de seus investimentos, que não deram o retorno esperado, segundo o WSJ.