O fundador e ex-acionista de referência da Qualicorp, José Seripieri Filho, o Júnior, está comprando a operadora QSaúde, uma subsidiária da Qualicorp ainda em fase pré-operacional que ele começou a montar quando ainda era CEO da companhia.
O conselho da Qualicorp concordou com a venda ontem, mas a transação está sujeita à aprovação de uma assembleia de acionistas marcada para o dia 30. O valor é estimado em R$ 75 milhões.
A QSaúde é uma tentativa de Júnior de resolver a maior dor de cabeça do setor de saúde: como montar um plano de saúde de custo baixo para atender um mercado onde os planos tradicionais são reajustados 15% todo ano?
A resposta da QSaúde tem pelo menos três pilares: uma rede credenciada terceirizada (evitando a imobilização de ativos que acontece nas operadoras verticalizadas), um um protocolo único (que evita desperdício em exames, por exemplo), e um clínico geral que decide para onde o paciente vai ser encaminhado.
Nos EUA, este modelo é conhecido como “accountable care organization” (ACO).
Tipicamente, a remuneração do hospital não leva em conta os procedimentos adotados, e sim o resultado do tratamento, e os materiais gastos numa cirurgia são comprados de fornecedores pré-estabelecidos, em vez de uma decisão discricionária do médico.
Nos EUA, o modelo também costuma oferecer serviços que os planos tradicionais não cobrem, mas que ao mesmo tempo ajudam a controlar os custos, como telemedicina (uma conveniência que evita consultas desnecessárias com especialistas), a cobertura de medicamentos num formato de co-pagamento, e a gestão de doenças crônicas.
Além da QSaúde, há pelo menos outras duas empresas tentando desbravar esse novo modelo de negócios: a Sami, do empreendedor Guilherme Berardo, e a Vitta, que tem entre seus investidores Jorge Paulo Lemann, Armínio Fraga, Maurício Ceschin (ex-Qualicorp) e André Street, o controlador da Stone.
Júnior fez a oferta não solicitada pela QSaúde em 22 de novembro. Ao receber a proposta, o conselho da Qualicorp contratou a Vinci Partners para oferecer a QSaúde a outros potenciais compradores e o Rothschild para fazer uma avaliação econômico-financeira da operadora. O Rothschild avaliou o equity da companhia numa faixa entre R$ 12 milhões e R$ 68 milhões, levando em consideração o seu estágio pré-operacional e a necessidade de investimentos adicionais para que a QSaúde venha a se tornar operacional.
A Vinci contactou mais de 20 investidores, incluindo players estratégicos do ramo de saúde e investidores financeiros. Não surgiram interessados.
O valor da venda equivale ao reembolso de todos os custos, despesas e investimentos feitos pela Qualicorp na QSaúde, corrigidos pela variação do CDI. Até 31 de dezembro, este montante era de cerca de R$ 51 milhões. As despesas até a transferência da subsidiária, estimadas em mais R$ 24 milhões, serão adicionadas ao valor final.
Como parte da venda, a Qualicorp também negociou a melhor condição de preço para comercialização dos planos coletivos por adesão da QSaúde.
O conselho da Qualicorp concordou com a venda ontem, mas a transação está sujeita à aprovação de uma assembleia de acionistas marcada para o dia 30. O valor é estimado em R$ 75 milhões.
A QSaúde é uma tentativa de Júnior de resolver a maior dor de cabeça do setor de saúde: como montar um plano de saúde de custo baixo para atender um mercado onde os planos tradicionais são reajustados 15% todo ano?
A resposta da QSaúde tem pelo menos três pilares: uma rede credenciada terceirizada (evitando a imobilização de ativos que acontece nas operadoras verticalizadas), um um protocolo único (que evita desperdício em exames, por exemplo), e um clínico geral que decide para onde o paciente vai ser encaminhado.
Nos EUA, este modelo é conhecido como “accountable care organization” (ACO).
Tipicamente, a remuneração do hospital não leva em conta os procedimentos adotados, e sim o resultado do tratamento, e os materiais gastos numa cirurgia são comprados de fornecedores pré-estabelecidos, em vez de uma decisão discricionária do médico.
Nos EUA, o modelo também costuma oferecer serviços que os planos tradicionais não cobrem, mas que ao mesmo tempo ajudam a controlar os custos, como telemedicina (uma conveniência que evita consultas desnecessárias com especialistas), a cobertura de medicamentos num formato de co-pagamento, e a gestão de doenças crônicas.
Além da QSaúde, há pelo menos outras duas empresas tentando desbravar esse novo modelo de negócios: a Sami, do empreendedor Guilherme Berardo, e a Vitta, que tem entre seus investidores Jorge Paulo Lemann, Armínio Fraga, Maurício Ceschin (ex-Qualicorp) e André Street, o controlador da Stone.
Júnior fez a oferta não solicitada pela QSaúde em 22 de novembro. Ao receber a proposta, o conselho da Qualicorp contratou a Vinci Partners para oferecer a QSaúde a outros potenciais compradores e o Rothschild para fazer uma avaliação econômico-financeira da operadora. O Rothschild avaliou o equity da companhia numa faixa entre R$ 12 milhões e R$ 68 milhões, levando em consideração o seu estágio pré-operacional e a necessidade de investimentos adicionais para que a QSaúde venha a se tornar operacional.
A Vinci contactou mais de 20 investidores, incluindo players estratégicos do ramo de saúde e investidores financeiros. Não surgiram interessados.
O valor da venda equivale ao reembolso de todos os custos, despesas e investimentos feitos pela Qualicorp na QSaúde, corrigidos pela variação do CDI. Até 31 de dezembro, este montante era de cerca de R$ 51 milhões. As despesas até a transferência da subsidiária, estimadas em mais R$ 24 milhões, serão adicionadas ao valor final.
Como parte da venda, a Qualicorp também negociou a melhor condição de preço para comercialização dos planos coletivos por adesão da QSaúde.
A decisão de venda vem num momento em que o CEO Bruno Blatt já deixou claro que vai buscar inovações de produtos na Qualicorp, o que deve passar pela construção e venda de um plano de baixo custo através da Rede D’Or, agora o acionista de referência da Qualicorp. A QSaúde não estava alinhada com a visão da D’Or, que busca otimizar o uso dos seus leitos próprios.
Outro ponto da negociação foi uma mudança no acordo de non-compete entre Júnior e a Qualicorp, assinado em 2018. O acordo vigente proibia Júnior de trabalhar em outra empresa do setor de saúde suplementar até setembro de 2024. Agora, o acordo foi alterado para criar uma exceção no caso da QSaúde. Júnior continua impedido de concorrer nos segmentos em que a Qualicorp atua.