A QR Capital – a holding de cripto com R$ 400 milhões em ativos sob gestão – acaba de fazer uma rodada que vai permitir expandir sua asset num momento desafiador para o mercado, ao mesmo tempo em que acelera seus aportes em outras verticais do universo blockchain.

Os novos acionistas da QR são a Tessera Ventures, o veículo de investimentos em venture capital de Guilherme Pacheco, José Guilherme Pierotti e Roberto Malta – fundadores da holding de tecnologia Mosaico, dona do Buscapé, Zoom e Bondfaro –; e Edgar da Silva Ramos, um veterano do mercado financeiro que foi sócio da XP e da Ágora e serviu como chairman da CETIP. 

A DOMO Invest, que já era investidora da QR Capital desde 2020, também participou da rodada e aumentou sua participação. Os três sócios ficaram com 15% do capital da empresa. 

O CEO e fundador da QR Capital, Fernando Carvalho, disse ao Brazil Journal que o foco principal da rodada foi o smart money, e não o capital.

“O Edgar traz essa expertise grande no mercado financeiro tradicional e regulado que vai ajudar muito a nossa tokenizadora,” disse Fernando. “Já os fundadores da Tessera tiveram uma trajetória incrível na Web 2.0, e podem nos ajudar a fazer algo parecido na Web 3.0.”

Pacheco e Edgar vão entrar no conselho da QR, que também terá Fernando, Felipe Andrade, da DOMO, e Ricardo Geromel, da 3G Radar, o único conselheiro independente. 

A transação vem num momento desanimador para o mercado de criptomoedas, com quedas expressivas nos preços dos criptoativos nos últimos meses. 

Fernando disse que esse contexto “naturalmente tem um impacto negativo no operacional da gestora”, principalmente nos seus cinco fundos de gestão ativa, que representam metade do AUM.

“Mas temos uma holding diversificada com negócios de tecnologia focados em blockchain e que estão crescendo muito,” disse ele. 

No ano passado, a QR Capital fez uma joint venture com a Vórtx para criar uma tokenizadora. Recentemente, essa empresa fez três emissões de tokens lastreados em ativos financeiros: duas debêntures, de R$ 60 milhões e R$ 75 milhões, ambas encarteiradas pela tesouraria do Itaú, e a tokenização de cotas de um FIDC, compradas por um fundo multimercado. 

A QR também é sócia da Rispar, uma fintech de empréstimos com garantia em criptoativos, e dona do Blocktrends, um site de notícias do mundo cripto. 

Pacheco, da Tessera, disse que enxerga a QR Capital como uma “oportunidade de capturar a transformação que o mundo vai passar por conta da blockchain.”

“As criptomoedas são uma parte importante do negócio deles pela asset, mas tem vários negócios embaixo da holding que vão se beneficiar muito dessa transformação,” disse. “O mais importante é para onde eles estão indo e como vão conseguir navegar essas mudanças.”