LISBOA – Combater a crise climática vai ser “a coisa mais difícil que a humanidade já fez,” na opinião de Brad Smith, um dos executivos mais sêniores da Microsoft.
“Precisamos olhar para o futuro e reconhecer que temos que fazer mais e em menos tempo do que qualquer geração já fez até hoje,” disse ele.
A boa notícia é que já há diversas startups trabalhando para “salvar o planeta”, com soluções que vão da captura de carbono à transição energética.
No segundo dia do Web Summit, o executivo detalhou cinco iniciativas que podem fazer a diferença.
Planet
A Planet constrói pequenos satélites com câmeras que serão enviados ao espaço para medir o metano e toda a emissão de carbono da Terra em tempo real.
“Esses dados vão ser um game changer,” disse Brad. “Vão poder ajudar os governos a focar em medidas e regulações mais assertivas.”
Seeds
A Seeds é uma empresa non-profit que tira fotos de satélite de todos os telhados da Índia e usa inteligência artificial para identificar as casas que serão mais afetadas pelo aquecimento do planeta.
“Com esses dados, eles vão visitar as casas e ajudam os moradores a adaptar suas casas para o ambiente de maior calor usando tecnologia,” disse Brad.
LanzaJet
A LanzaJet está atacando um dos maiores vilões das emissões de carbono: a aviação comercial. Para isso, a startup criou um combustível de aviação sustentável usando etanol que seria desperdiçado.
Basicamente, ela produz etanol usando resíduos dos sistemas sanitários municipais, da agricultura e biomassa, e usa esse etanol para produzir seu combustível por meio de uma tecnologia proprietária.
Terra Praxis
A Terra Praxis está adotando uma nova abordagem em relação às térmicas a carvão, responsáveis por 37% de toda a energia gerada no mundo e por 29% de todas as emissões de carbono.
“Boa parte das pessoas acham que simplesmente precisamos fechar as plantas a carvão, mas precisamos da energia,” disse Brad. “O que a Terra Praxis viu é que as plantas a carvão podem ser convertidas em geradores nucleares. Fazendo isso, você reduz o custo de construir uma nova planta para 30% do custo original.”
Climeworks
A Climeworks é provavelmente a mais inovadora da lista. A startup criou um sistema de “captura direta do ar”, que separa o carbono e depois o injeta – na forma gasosa – a grandes profundidades, onde ele pode ficar depositado por milhares de anos.
“O mundo precisa chegar no net zero em 2050. Para isso, bilhões de emissões terão que ser reduzidas, mas ainda vamos ter emissões, então precisamos compensá-las com tecnologias como a deles,” disse o executivo.
No futuro, Brad acha que tecnologias como a da Climeworks poderão ser usadas não apenas para compensar o que é emitido, mas também para sequestrar o carbono emitido ao longo dos últimos séculos.
O repórter viajou a convite da Brivia, um grupo de comunicação especializado na transformação digital de grandes marcas.