Veículos ligados a Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira foram alocados 10% da oferta da XP, tornando os bilionários da Anheuser-Busch InBev acionistas importantes do free float, duas pessoas com conhecimento do assunto disseram ao Brazil Journal.
O trio já tem relacionamento de longa data com a XP, e Sicupira já era investidor de private equity da empresa.
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Além do trio, a maior alocação foi para a Durable Capital Partners, a gestora recém fundada por Henry Ellenbogen.
Depois de entrar na T. Rowe Price em 2001 como analista de internet, mídia e telecom, em 2010 Ellenbogen passou a gerir o New Horizons, um fundo de growth e small caps, e obteve retornos espetaculares. (O New Horizons tem US$ 25 bilhões sob gestão.)
Em março, ele deixou a T. Rowe para fundar a Durable, que constou no prospecto como a única âncora do IPO. Assim como os acionistas vendedores, a Durable se comprometeu a um lockup de 180 dias.
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Cerca de 25% da oferta foi alocada para fundos brasileiros que têm negócios com a XP, beneficiando mais de 300 mil cotistas destes fundos indiretamente.
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Para a alocação aos locais, a XP teve que peitar os bancos coordenadores, que pediam a redução da fatia dos locais para atender clientes globais.
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Depois da colocação do greenshoe, o free float da XP será de 83,3 milhões de ações, o equivalente a 15% do capital, ou cerca de US$ 2,8 bilhões no preço do fechamento.
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O roadshow da XP durou apenas 7 dias, com a empresa fazendo cerca de 10 reuniões por dia.
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A alta de 27% no primeiro dia de negociação do papel suscita o velho debate sobre o conflito de interesses inerente à atividade dos bancos coordenadores. “No final do dia, o emissor é cliente do banco apenas por um dia, enquanto o buyside é cliente todos os dias,” disse uma fonte. Em outras palavras: se o preço do IPO é fixado muito alto, o banco favoreceu o emissor em detrimento dos investidores. E quando o preço fixado se revela baixo (em retrospecto), como no caso da XP, acontece o contrário.
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Casos como o da XP têm levado boa parte das empresas acessando o mercado a optar pelo modelo de direct listing, em que há um grande leilão de formação de preço — mas este modelo é imperfeito, pois não permite ofertas primárias.
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Bob McCooey, o executivo da Nasdaq responsável por recrutar empresas da América Latina, disse ao Brazil Journal que há de 6 a 10 empresas brasileiras considerando uma listagem nos Estados Unidos em 2020 e cerca de 25 nos próximos dois anos.
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A XP foi o 179º IPO na Nasdaq — este ano.