1 de out, 2024
O setor da saúde é um dos que mais deverão capturar os ganhos da inteligência artificial. Porém, apesar do potencial, o Brasil ainda patina na organização e até mesmo na coleta desses dados.
“Antes de falarmos de unificação de dados, de um sistema como o Open Banking para a saúde e para a IA ser mais eficaz, vamos precisar ter os dados,” disse Sidney Klajner, presidente do Einstein no evento Saúde não tem preço. Mas tem custo, realizado pelo Brazil Journal no último dia 26.
Segundo Klajner, é difícil falar de interoperabilidade entre sistemas público e privado diante de dois fatos: os dados provenientes do SUS são precários e parte das empresas não está investindo da maneira como deveriam.
Para Conrado Cavalcanti, diretor médico da Amil, o processo para colocar IA dentro de uma operadora de saúde demora e custa caro. “No último ano e meio, pegamos toda a nossa base de dados e levamos tudo para a nuvem. Tudo isso custou milhões de reais e foi um esforço hercúleo,” disse Cavalcanti.
Agora, a Amil começa a colher alguns frutos. Um exemplo foi na área de reembolsos, em que a empresa economizou milhões de reais com a IA identificando fraudes de beneficiários.
Para Jeane Tsutsui, CEO do Fleury, a inteligência artificial ajudará tanto na melhor estratificação de risco – como na identificação mais rápida de casos mais graves – quanto na melhora da eficiência operacional.
“Hoje, a IA pode ser um hype, mas é uma tecnologia que já está trazendo inúmeros ganhos de eficiência,” disse ela.
O evento Saúde não tem preço. Mas tem custo teve quatro painéis, com temas relacionados a como garantir acesso a serviços de saúde, qualidade e sustentabilidade financeira das empresas. O evento contou com a participação de Paulo Rebello, diretor-presidente da ANS, José Seripieri Júnior, presidente da Amil, Henrique Salvador, presidente do conselho da rede Mater Dei, Daniel Pereira, diretor da Anvisa e outros grandes nomes do setor. Os vídeos de todos os painéis estarão disponíveis no site do Brazil Journal até amanhã.