13 de jun, 2025
Alavancagem elevada, margens negativas e recuperações judiciais. Os problemas atuais foram contratados em 2021 e 2022 e têm ofuscado os bons resultados mais recentes no campo, acredita Bernardo Fabiani, fundador e CEO da TerraMagna, uma fintech que opera com crédito agrícola.
“Foram anos em que os produtores estavam operando com margem líquida de 35% na soja e 50% no milho, além de uma expansão de receita. Esse cenário de abundância, somado à entrada mais forte do mercado bancário e o de capitais, em função de novos instrumentos e juros baixos, foi uma combinação explosiva. A bomba foi plantada ali,” afirmou durante o evento “Agro 360º: O campo sob pressão”, promovido pelo Brazil Journal em parceria com o The Agribiz.
Fabiani participou de um painel sobre crédito e mercado de capitais com Tadeu Ruzza, gestor da Itaú Asset, e Alberto Martinhago Vieira, diretor de agronegócios do Banco do Brasil. Ruzza afirmou que a “turma da Faria Lima” precisa entender que o agro é cíclico e não dá para cobrar um produtor quando há quebra de safra.
Para Vieira, o crédito “pode ser uma vitamina, que ajuda o produtor a ampliar sua produtividade e seus negócios, mas, se for na medida errada, pode se tornar um veneno, comprometendo a capacidade futura de pagamentos”.
O Agro 360 teve o patrocínio de Cosan, Ipiranga Empresas, JBS e Vibra. O evento contou com mais três painéis, em que foram debatidos temas como crédito, infraestrutura, inovação e investimentos de risco no agro. Os vídeos de todos os painéis estarão disponíveis no Brazil Journal.