19 de nov, 2025
A economista Esther Duflo, que venceu o prêmio Nobel de Economia em 2019, faz um diagnóstico incômodo sobre o aquecimento global: os mais pobres pagam 98% do custo humano das mudanças climáticas.
Há outro detalhe perverso: eles quase não contribuem para as emissões. Para Duflo, esse fator exige uma nova arquitetura moral e prática para a ação climática.
É aí que entra o Pix do Clima, proposta que Duflo levou às discussões da COP30. A economista defende transferências diretas, rápidas e automáticas para compensar os mais vulneráveis pelos danos climáticos que já sofrem – e, em troca, engajar governos de países pobres e emergentes em metas reais de mitigação.
Segundo ela, é necessária a criação de modelos de remediação mais simples, sem a burocracia que paralisa fundos multilaterais e impede que os recursos cheguem a quem realmente precisa.
“Precisamos repensar tudo, inclusive o modo como tratamos instituições que, ao invés de acelerar a transição, acabam congelando recursos e negociações,” disse a economista para o podcast Lado B.
Nesta conversa com as economistas Fernanda Estevan e Deborah Bizarria, Duflo explica por que países como o Brasil têm papel central nessa equação – e como um sistema simples, universal e digital pode abrir caminho para uma resposta climática mais justa, mais rápida e, acima de tudo, mais efetiva.
Disponível no Spotify.