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Calor extremo: um País entre as térmicas e as renováveis

23 de nov, 2023

A transição energética não pode ser vista apenas pelo ponto de vista da sustentabilidade. É preciso ter um sistema confiável e que garanta acesso, diz Adriano Pires, especialista no setor de energia e petróleo e presidente do CBIE.

“Hoje, ninguém tem dignidade ou qualidade de vida sem energia elétrica. O objeto de que ninguém pode abrir mão é tomada”, diz Pires.

O especialista acredita que as usinas térmicas devem continuar a ser usadas, pois além de sustentabilidade, o setor elétrico precisa também de confiabilidade – ou seja, ter a certeza de que ele não irá parar durante uma crise. Mais do que isso, afirma Pires, as térmicas ajudam a diminuir a volatilidade dos preços de energia.

Ele diz ainda que as hidrelétricas precisam ser melhor utilizadas – e serem colocada como prioridade. “Estamos despachando energia solar e eólica antes da hidrelétrica. Isso precisa ser revisto, pois a hidrelétrica que não gera problemas na transmissão e tem uma confiabilidade maior”, diz ele.

Não por acaso, Pires defende o fim dos subsídios para as energias solar e eólica, que, segundo ele, já se tornaram competitivas. “Esse é o maior programa Robin Hood às avessas que eu conheço, porque os pobre subsidiam quem tem dinheiro para instalar painéis solares.”

Sobre os apagões que acontecerem nas últimas semanas em São Paulo, Pires diz que o problema tem vários culpados. “É preciso haver uma interação maior entre os agentes”: empresas, Estado e agência reguladora.

Com muitas concessões estão em negociação para serem renovadas, o especialista vê a necessidade de haver uma renegociação levando em conta o consumidor, que sofre com preços altos e, muitas vezes, serviços ruins.

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