A partnership dos sócios da BR Partners está aumentando sua participação no banco de 47% para 55% – ganhando acesso a uma moeda crítica para incentivar sócios novos e emergentes.
Ao mesmo tempo, o banco anunciou que as famílias que investiram na companhia 14 anos atrás vão vender sua participação num follow-on que deve pulverizar o capital do banco, cuja ação sofre com baixa liquidez.
As dez famílias que colocaram R$ 100 milhões em seed money para a criação do banco de investimentos em 2009 detinham até agora cerca de 30% do capital.
Agora, estão vendendo 28,3% desta participação à partnership, e concordando em vender os 71,7% restantes num follow-on cujo timing e condições serão determinados pela própria BR Partners, mas que precisa ser feito até 31 de dezembro de 2024.
Ainda que a decisão de lançar a oferta seja da companhia, as famílias terão que decidir por unanimidade se vendem ou não no preço da oferta; se a decisão final for por não vender, as famílias continuarão sujeitas ao lockup, que vai até 2030.
Depois do follow-on, o free float quase dobraria, de 24% para 45% – ajudando a aumentar a liquidez do papel, hoje um dos grandes detratores do múltiplo da empresa na Bolsa.
O papel negociou uma média de R$ 1,6 milhão por dia nos últimos 30 dias. A BR Partners vale R$ 1,5 bilhão na B3, e negocia a cerca de 10,5x o lucro estimado para este ano.
A fatia que a partnership está comprando equivale a 8% do capital total. O aumento da participação deve ser bem recebido pelo mercado porque, além de aumentar o skin in the game dos sócios, historicamente o sucesso de bancos de investimento – cujo principal ativo é seu capital humano – é correlacionado com o tamanho da participação que os sócios têm no negócio.
O exemplo mais óbvio é o do BTG Pactual, onde a partnership tem mais de 60% do capital da empresa. Na XP, por outro lado, muitos gestores reclamam da baixa participação da partnership (apenas 15% do capital), o que sempre foi visto como um problema para a retenção e atração de talentos.