Pedro Faria, Eduardo Mufarej e a JHSF International, controlada por Zeco Auriemo, estão se tornado sócios da JLP Asset Management, uma gestora de ativos imobiliários líquidos — como REITs e empresas do setor — que opera globalmente a partir de Nova York.
A JLP tem quase US$ 500 milhões sob gestão e uma base de cerca de 10 grandes investidores institucionais como endowments e fundos de pensão.
Até agora, a JLP era controlada pela Jaguar Growth Partners, a gestora de private equity imobiliário cujos investimentos no Brasil incluem a Aliansce Sonae e a Bresco.
A Jaguar está saindo do negócio de gestão de fundos líquidos, permitindo a entrada dos brasileiros.
A Hwa Hong, uma companhia de desenvolvimento imobiliário de Singapura, já era sócia da JLP e está fazendo um novo aporte no negócio.
Ao final da reorganização societária, os brasileiros terão 55% do capital, a Hwa Hong outros 15%, e o restante ficará nas mãos dos executivos.
O chief investment officer, Jim Rehlaender, tem 38 anos de mercado imobiliário e tem batido o benchmark em todas as janelas de tempo, performando bem em todas as regiões e segmentos do mercado de real estate.
O investimento dos brasileiros vem num momento em que boa parte das empresas imobiliários e REITs negociam a um desconto em relação a seu NAV (net asset value), com os segmentos de varejo, hotelaria e lajes corporativas os mais afetados pela pandemia.
Jim fez sua carreira arbitrando a diferença entre o preço de tela e o valor intrínseco dos ativos. “Neste momento, os mercados estão olhando para real estate e dizendo, ‘peraí, vamos ver o que vai acontecer’, mas o preço de uma empresa listada muitas vezes reflete uma venda forçada,” ele disse ao Brazil Journal.
Apesar de terem ampla experiência em captação de recursos — adquirida quando levantaram bilhões de dólares de endowments para a Tarpon — Faria e Mufarej não pretendem se envolver no dia a dia da JLP, mas estão conversando com plataformas de varejo para distribuir os fundos da gestora no Brasil.
Os dois convidaram uma velha conhecida — D. Ellen Shuman, que chefiava os investimentos de real estate para o endowment de Yale e depois foi CIO da Carnegie Corporation — para se tornar board member da JLP.
Cerca de 40% do portfólio da JLP estão em ativos nos EUA, 30% na Ásia e 30% no resto do mundo, com destaque para a Europa.
A JLP tem cinco estratégias. Uma delas, o Jaguar Liquid Opportunities (JLO), reúne os 25 nomes de maior convicção da gestora, com preponderância na Ásia e foco em nichos menos tradicionais, como empresas que alugam data centers, torres de celular e clínicas e hospitais. As maiores posições do fundo são a Boston Properties, China Overseas e Equinix.