O Hermes Pardini acaba de divulgar um resultado recorde no primeiro trimestre: o volume de exames processados cresceu 33%, a receita bruta, 55%, e o laboratório mineiro ganhou market share em seus principais mercados. 

O EBITDA mais que dobrou ano contra ano, chegando a R$ 106 milhões, e o lucro líquido triplicou com a margem indo de 5,1% para 10,5%.

O crescimento veio tanto do ‘lab-to-lab’, a unidade em que o Pardini processa exames para laboratórios menores e responde por 57% da receita, quanto do chamado PSC, seu negócio B2C. 

O CFO Camilo de Lelis disse ao Brazil Journal que em abril houve uma queda “não significativa” nos volumes e receita na comparação trimestral, mas que os resultados do “segundo trimestre continuam seguindo a tendência positiva e acima do quatro tri de 2020.” 

Os números fortes vêm num momento em que a ação do Pardini ainda não se recuperou do tombo da covid. O papel negocia a R$ 20, acima do low de R$ 16,60 de março de 2020, mas bem abaixo dos R$ 32 de antes da pandemia. 

Parte da âncora na ação está ligada à percepção do mercado de que redes verticalizadas como Hapvida e Notredame Intermédica podem drenar receita das redes tradicionais de medicina diagnóstica. Analistas têm notado que a expansão da Intermédica em Minas Gerais poderia afetar a Unimed-BH, por sua vez o cliente mais relevante do Pardini. 

O CEO Roberto Santoro disse que acha que há um “um desbalanço na análise setorial de medicina diagnóstica.” 

“Não são modelos substitutivos. Tem as verticalizadas, e tem redes que contratam a medicina diagnóstica de forma independente. O Brasil é um mercado de consumo crescente e tem espaço para os dois modelos,” disse ele. “Além disso, é muito difícil ter um ecossistema único e conseguir ser eficaz em tudo… a medicina diagnóstica é um setor com vida própria e muito dependente de P&D.”

Segundo ele, o Pardini tem feito inclusive parcerias com empresas hospitalares, criando unidades de processamento de exames dentro de seus hospitais.

Por enquanto, o Pardini atende dois hospitais independentes (um deles, uma rede verticalizada do Nordeste) que responderam por 5% de sua receita de ‘lab-to-lab’ no primeiro trimestre. 

Um novo contrato deve ser anunciado nos próximos meses com outra rede do Norte/Nordeste. 

O CEO diz que enxerga grandes oportunidades de M&As, tanto adquirindo empresas de “alta especialização” para aumentar a oferta de exames e ampliar o P&D, quanto no mercado de PSC, com a compra de laboratórios já consolidados — aos moldes da aquisição do rede Padrão em Goiânia, em 2013.