O Casino, controlador do Grupo Pão de Açúcar, anunciou há pouco que está estudando “operações de mercado” envolvendo sua participação na Cnova, o segundo maior ecommerce da França, e na GreenYellow, sua empresa de energia renovável. 

10161 de906c36 b1f9 0004 2106 48c3a9324e24O Casino disse em Paris que estuda um potencial aumento de capital nas duas companhias, bem como uma oferta secundária de ações — desde que o Casino “não perdesse o controle das subsidiárias”.

Um movimento do Casino em relação à CNova é aguardado ansiosamente pelos acionistas do Pão de Açúcar, que enxergam uma potencial venda da Cnova como um evento que destravará valor para o GPA. 

O Casino tem 64,8% da Cnova, e o GPA, 34%.

Gestores comprados no papel acreditam que uma oferta secundária poderia dar saída também ao GPA, cuja participação na Cnova é avaliada em quase R$ 6 bi. O grupo brasileiro já disse que estuda alternativas para seus ativos ‘não core’. 

Há basicamente duas formas de estruturar a oferta: o GPA pode distribuir as ações que tem na Cnova a seus acionistas.  Com isso, o Casino elevaria sua participação direta na Cnova de 64% para 79% e, a partir daí, poderia fazer ofertas primárias e secundárias que o diluíssem até o limite de 50,01%.

A outra forma seria os dois acionistas (Casino e GPA) fazerem vendas parciais de suas posições na secundária, colocando algum dinheiro no bolso. Isso ajudaria os acionistas do GPA a precificar melhor o valor da Cnova, já que a ação ganharia liquidez. 

As duas formas seriam benéficas para os acionistas de GPA, “mas uma coisa é já monetizar 100% do negócio hoje, outra é monetizar uma parte e melhorar a precificação do ativo,” disse um gestor. 

O Casino disse que está discutindo o melhor formato “em consonância com os demais acionistas” das subsidiárias.

O anúncio vem num momento em que a Rallye, controlada por Jean-Charles Naouri e controladora do Casino, acaba de sair da recuperação judicial na Europa e precisa vender ativos para quitar dívidas. 

O GPA subiu quase 10% hoje, antes do anúncio. Desde a cisão do Assaí, a companhia mais que dobrou de valor. O GPA vale R$ 9,9 bi na B3.