A Iberdrola acaba de anunciar uma oferta pública de aquisição (OPA) pela fatia que ainda não detém da Neoenergia, a holding que inclui distribuidoras como a  Coelba e Cosern e diversos ativos de transmissão.

A gigante espanhola vai gastar R$ 6,5 bilhões para comprar os minoritários da Neoenergia.

O anúncio vem dois meses depois da Iberdrola comprar a participação de 30,29% da Previ, elevando sua participação para 83,8% do capital.

O preço da OPA será o mesmo pago à Previ — R$ 32,50 — corrigido pela Selic até a data do leilão, que deve acontecer em março depois das aprovações regulatórias. Com isso, o acionista minoritário deve receber ao redor de R$ 35 por ação. 

A ação da Neoenergia nunca decolou na Bolsa: o papel é pouco líquido em boa parte porque a Previ sempre ficou sentada em sua posição minoritária gigantesca.

A ação negociava ao redor de R$ 25 até metade deste ano, e depois da venda da Previ passou a negociar entre R$ 29 e R$ 30 — nunca convergindo para o valor pago ao fundo de pensão.

Até recentemente, as OPAs de fechamento de capital sempre exigiam um laudo de avaliação, mas com a Instrução 215 da CVM que entrou em vigor em 1 de outubro, a Iberdrola vai usar o preço da transação com a Previ – que foi um M&A relevante – e pedir dispensa do laudo, algo que é previsto pela nova regra.

O fechamento de capital é parte da estratégia dos espanhois de aumentar substancialmente seus investimentos no Brasil sem penalizar ainda mais o valuation da Neoenergia, uma fonte a par do assunto disse ao Brazil Journal.

“Se eles elevassem muito o capex, isso diminuiria os dividendos e penalizaria o múltiplo na Bolsa,” disse essa fonte. 

A Iberdrola está capitalizada para fazer a OPA. Recentemente, ela levantou € 3,7 bilhões com a venda de seus ativos no México. Em julho, ela também havia feito um aumento de capital de US$ 5,88 bilhões.

BTG Pactual, UBS BB e Mattos Filho assessoraram a Iberdrola.