Além dos âncoras já conhecidos — Atmos e Squadra — o Banco Inter atraiu como acionistas um misto de fundos long only, fundos dedicados a serviços financeiros e hedge funds americanos especializados em tecnologia. Investidores locais ficaram com 57% da oferta.

O banco precificou seu IPO a R$ 18,50 ontem à noite, perto do piso da faixa que ia de R$ 18 a R$ 23.  Neste preço, o Inter chega à Bolsa valendo R$ 1,9 bilhão.

Na reta final do roadshow, a transação enfrentou um mercado mais volátil, com o título de 10 anos do Tesouro americano batendo no nível psicologicamente importante de 3% e o cancelamento do IPO da Dass no Brasil.

Ainda assim, o sindicato acreditava ser possível precificar a oferta mais perto de R$ 20, mas, tendo em mente que este era o primeiro IPO de um banco digital na B3, o emissor preferiu deixar alguma gordura na mesa.

A DWS Investments, uma das maiores gestoras independentes do mundo com mais de € 600 bilhões sob gestão; a Apex Capital e o BTG Pactual colocaram ordens na primeira hora e ficaram com fatias relevantes do book. 

Entre os investidores internacionais, que ficaram com 43% da oferta, o banco atraiu um fundo da BlackRock especializado em financial services e baseado em Londres, e o GIC, fundo soberano de Singapura.  Fundos de tecnologia de São Francisco e Boston também participaram.

A oferta primária levantou R$ 541 milhões, e a secundária, R$ 180 milhões. As ordens de investidores de varejo chamaram a atenção do sindicato — foram R$ 320 milhões — mas sofreram um rateio significativo.

O Inter começa a negociar na segunda-feira no formato de units (BIDI11), uma estrutura provisória montada enquanto o banco aguarda a aprovação do aumento de capital pelo Banco Central.  

Cada unit é formada por uma ação PN e três recibos que dão direito a outras PNs quando o BC aprovar o aumento de capital.  (A PN que faz parte da unit é parte da oferta secundária, e portanto não precisa de aprovação do BC.)

Depois da oferta, o Banco Inter terá cerca de 39% de seu capital total na mão do mercado. A família Menin — que é dona de quase 100% das ONs — tem 55% do capital total, e outros acionistas (incluindo o management), o saldo.

O mercado será dono de 80% das PNs; os Menin, 12%; e os outros minoritários, 8%.