A XP elevou seu preço-alvo para a C&A e reiterou sua recomendação de ‘compra’ — um call fora do consenso baseado em cinco pilares. 

Além da XP, as únicas casas que têm um ‘buy’ na varejista são a Eleven e a Genial. Os outros oito analistas que cobrem a empresa têm recomendação ‘neutra’.

A XP colocou um preço-alvo de R$ 12 por ação, um upside potencial de 27% em relação ao fechamento de hoje. 

A analista Danniela Eiger disse que há cinco razões por trás do call: as margens de lucro ainda têm espaço para crescer; a dinâmica competitiva está melhorando; o C&A Pay está ganhando tração e contribuindo para o crescimento das vendas; o time executivo é experiente, o que mitiga o risco de execução; e o valuation é atrativo, mesmo depois do rali brutal do ano passado. 

“Apesar da sólida expansão de margem nos últimos trimestres, ainda vemos espaço para mais, dada a estratégia de sortimento ‘push and pull’, o uso de precificação dinâmica, tendências melhores de custos, coleções assertivas, um clima melhor e eficiência no SG&A,” diz o relatório. 

A XP disse que a demanda continua fraca, mas está melhorando na margem, “já que as buscas online e importações de pequenos valores desaceleraram muito, ao mesmo tempo em que vemos reclamações crescentes de clientes sobre a redução de incentivos da Shein.”

Nas contas da XP, a C&A negocia hoje a 9,5x lucro, considerando uma margem líquida próxima aos níveis de 2019, de 4%. 

A XP também disse que incorporou em seu modelo os resultados do quarto trimestre, publicados hoje e que vieram acima do consenso, gerando uma alta de 4,5% no pregão de hoje. 

“Vemos a C&A como uma ‘self-help story’ que deve continuar a colher frutos de iniciativas e projetos estratégicos, enquanto a melhora marginal do macro deve gradualmente se refletir em melhores dinâmicas de consumo,” escreveu Danniela. 

A ação da C&A sobe 330% nos últimos 12 meses. A empresa vale R$ 2,9 bilhões na B3.