O JP Morgan rebaixou a recomendação para Oncoclínicas de ‘overweight’ para ‘neutral’ e cortou o preço-alvo em 56%, de R$ 23 para R$ 10.
Por volta das 12:40hs, a ação da Oncoclínicas perdia 12%, cotada a R$ 8,43. A empresa agora vale R$ 5 bi na Bolsa.
Para os analistas Joseph Giordano e Eugenia Cavalheiro, o projeto da Oncoclínicas de criação de uma plataforma única de tratamento do câncer está atingindo custos mais altos do que o esperado, particularmente no ambiente de juros altos, e isso deve limitar o potencial de crescimento de lucro da empresa.
O JP Morgan reduziu a estimativa de lucro por ação em 46% para 2022 e em 23% para 2023.
Os analistas também citaram as mudanças na gestão da empresa, que “vem adicionando ruído no lado da governança da história.”
Menos de um ano após o IPO, realizado em agosto de 2021, a Oncoclínicas trocou de CEO e de CFO. (Em outubro passado, o fundador Bruno Ferrari assumiu o posto de CEO e, ontem, a empresa disse que Cristiano Camargo, que ocupava a diretoria de estratégia e de RI, assumiu o cargo de CFO. Cristiano trabalhou por 14 anos na Goldman Sachs, onde era o managing director da operação de private equity, que controla a Oncoclínicas com 62%.)
Para os analistas, a compra da SulAmerica pela Rede D’Or deve aumentar a concorrência por serviços ambulatoriais de oncologia nos principais mercados.
Nas contas do JP Morgan, a Oncoclínicas agora negocia a 59x o lucro estimado para este ano, um prêmio de 65-70% sobre Rede D’Or, que continua sendo o ‘top pick’ do banco no setor de saúde.