A Omega Energia acaba de anunciar um aumento de capital que vai injetar de R$ 850 milhões a R$ 1,2 bilhão no caixa da geradora de energia renovável — dando poder de fogo para a companhia financiar seus planos de expansão, incluindo a internacionalização para os Estados Unidos.
O aumento de capital será feito a R$ 16 por ação, um prêmio de quase 50% em relação ao fechamento de ontem, de R$ 10,89.
A Omega vai emitir no mínimo 53,6 milhões de novas ações e, no máximo, 75,6 milhões, caso todos os acionistas optem por exercer o direito de subscrição.
O aumento de capital faz parte do acordo que a Omega fez com a Actis em junho. Na época, a gestora comprou 12% do capital da Omega e se comprometeu a injetar mais R$ 850 milhões num aumento de capital que poderia ser feito até março do ano que vem.
De lá para cá, a Actis já comprou mais ações no mercado secundário, chegando a 19,14% do capital da Omega. Após o aumento de capital, essa participação vai subir para 26%.
Nas contas de um gestor, apenas o aumento de capital deve gerar um upside de 4% no valor justo da ação — já que a emissão de 53 milhões de novas ações a R$ 16 elevaria o valor de mercado da companhia para R$ 7,05 bilhões.
Apesar do aumento de capital poder chegar a R$ 1,2 bilhão, é muito improvável que mais algum acionista (além da Actis) exerça seu direito de preferência, dada a diferença brutal do preço do exercício em relação ao preço de tela.
O aumento de capital vem dez meses depois da fusão da Omega Geração e Desenvolvimento, uma transação amplamente aguardada pelos acionistas e que abriu espaço para uma expansão forte da capacidade de geração da companhia.
Os recursos do aumento de capital serão usados justamente para bancar essa expansão, com a construção de novos parques eólicos e solares no Brasil e nos Estados Unidos.
Hoje, a Omega tem uma capacidade de geração de 1,8 GW de energia. Já em 2023, a companhia espera chegar a uma capacidade de geração de 2,5 GW, o que deve levar seu EBITDA para R$ 2 bilhões.
Até 2024, a meta é chegar a uma capacidade de 3,5 GW a 4 GW.
Um dos projetos em construção é o complexo eólico Goodnight, no Texas, o primeiro da empresa nos EUA. O projeto deve entrar em operação até o final de 2023 e adicionar 531 MW de capacidade.