Um a um, os dominós da Lava Jato começam a cair.
Depois da Galvão Engenharia, que pediu recuperação judicial ontem, os advogados do Mattos Filho entrarão com o pedido de recuperação da OAS na terça-feira.
Trata-se de uma morte anunciada, mas ainda assim, dolorosa.
O pedido de RJ vai forçar os bancos a provisionar imediatamente os empréstimos ao grupo que não têm garantia real — e forçar os investidores a tentar quantificar rapidamente o estrago nos balanços do setor financeiro.
A OAS,
cujos papeis no mercado internacional desabam desde novembro,
está há pelo menos dois meses na UTI.
Desde meados de janeiro, circulam boatos de que ela pediria a recuperação, que representa o esgotamento das negociações com seus credores e fornecedores para se manter adimplente e operando normalmente.
Neste período, a OAS tem tentado vender sua participação de 24,4% na Invepar, uma holding que participa de doze concessões de rodovias, aeroportos e metrô.
O G5 Evercore é a butique de investimentos encarregada de desenhar o plano de restruturação da dívida do grupo, que passa de 7 bilhões de reais.
Nas últimas semanas, a OAS estava tentando convencer a Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa, a fazer um aporte de capital que lhe daria uma sobrevida.
“Vamos ter um aumento das provisões que são necessárias,” diz um banqueiro. “Isso já aconteceu ano passado, vai acontecer este ano e provavelmente no ano que vem. Com essa economia sem crescimento e os sustos que não estavam no plano… só a parada de investimentos da Petrobrás é um tranco monumental na economia.”
“Eu acho que o sistema vai ter que fazer provisões que vão afetar o crescimento de resultados, mas se houver algum problema de fato vai ser nos bancos pequenos, que são mais concentrados na cadeia de fornecedores de Petrobras. Os bancos médios têm mais apetite para este risco porque, como o custo de captação deles é maior, eles são naturalmente atraídos para este perfil de crédito, que paga taxas maiores.”