Dona de aproximadamente 4% do capital da Vibra, a Squadra vai se opor à proposta de fusão da Eneva com a distribuidora de combustíveis – por conta não apenas da relação de troca proposta, mas também da lógica industrial da fusão, defendida hoje pelos acionistas da Eneva.
A gestora, que administra R$ 18 bilhões de clientes, tem posição na Vibra há aproximadamente um ano.
“Achamos esse deal um absurdo e vamos brigar,” Guilherme Aché disse ao Brazil Journal. “Está havendo um takeover em que a empresa vendida está pagando um prêmio para ser comprada. Não há sinergia clara entre as operações. Não acreditamos na lógica comercial comentada e, mesmo no cenário improvável em que ela se torne realidade, vemos os ativos da Vibra como os grandes viabilizadores.”
Aché disse ainda que não faz sentido para a empresa combinada absorver as quatro térmicas do BTG, como o banco propôs nos termos da oferta. “Como acionista de Vibra, não quero comprar térmicas a valor de laudo, muito menos movidas a óleo.”
A crítica de Aché foi ecoada pelo mercado, que recebeu a operação batendo nas duas empresas. Depois de quedas mais profundas no início do pregão, a ação da Vibra caiu 2,4%, enquanto a Eneva – que se beneficiaria do prêmio embutido na relação de troca – perdeu 2,5%.
“Eles querem no fundo comprar o controle da Vibra, usar seu balanço para desalavancar a Eneva, usar sua rede de distribuição e ainda receber por isso,” disse o gestor. “É genial!”