A fragilidade da economia brasileira – inflação relativamente alta, crescimento baixo, uma série de subsídios cruzados que remontam aos anos 70 e 80 – explica o fato de a Bolsa brasileira estar nos níveis em que está (e, pior, de não haver compradores firmes nestes níveis).

Os investidores querem saber em que direção o próximo governo vai levar a economia. Mas talvez a melhor pergunta seja: “Onde os brasileiros querem levar o País?”

Nos últimos anos, surfando na abundância de capital no mundo (com o juro nos EUA a zero), o Brasil parou de fazer reformas na economia: reformas que poderiam levar a menos burocracia, menos custos trabalhistas, mais gestão na educação e na saúde.

“O governo parece estar muito satisfeito com o desempenho do País, muito embora ele seja sofrível,” diz o economista Alexandre Schwartsman, um ex-diretor do Banco Central conhecido por dizer o que pensa num País onde se costuma pensar duas vezes (antes de ficar calado). “Ninguém está disposto a fazer nada muito radical para mudar” essa situação.

Schwartsman e Fabio Giambiagi estão lançando o livro “Complacência,” que mostra as áreas em que o Brasil poderia melhorar mas que não estão sendo tratadas porque… por que mesmo?