Nos próximos dois anos, a FedEx ou será adquirida ou perderá mais 40% de seu valor de mercado.
A previsão é do professor da Stern School of Business da NYU, Scott Galloway, que tem se revelado uma das maiores autoridades do mundo quando o assunto são as ‘Big Tech’.
Numa newsletter publicada sexta, Galloway disse que o comprador mais provável da FedEx seria o Walmart, que ganharia economias de escala, conseguiria reforçar sua oferta de supermercados e teria acesso a uma base de dados mais robusta com a compra.
Mas, para ele, a melhor saída estratégica para a FedEx seria uma fusão com a Shopify, a empresa canadense que desenvolve softwares e sistemas de ponto de venda para varejistas.
A união das duas empresas criaria um negócio com market cap de US$ 83 bilhões, crescimento robusto de receitas e capacidade pra bater de frente com a Amazon.
“A Shopify-Ex [união das duas empresas] ofereceria algo que os varejistas não recebem da Amazon: parceria”, escreveu Galloway. “A nova empresa daria aos comerciantes muito do gosto bom da Amazon (ferramentas robustas de ecommerce e fulfillment) sem as calorias (os vendedores manteriam seus dados, controle dos consumidores e marca).”
Em julho de 2017, Galloway já havia alertado sobre a ameaça que a Amazon representa para a FedEx. “Se Bezos falar amanhã, ‘Vemos ‘overnight delivery’ como uma grande oportunidade’, o market cap combinado de US$ 150 bilhões da DHL, FedEx e UPS vai começar a migrar para a Amazon.”
Dito e feito.
Desde o lançamento do serviço de delivery da Amazon, em fevereiro de 2018, a FedEx perdeu US$ 25 bi de valor de mercado (-39%), frente uma alta de 24% do S&P. Já a Amazon ganhou US$ 240 bi de valor (33%), capturando quase um quinto do share do delivery de ecommerce nos Estados Unidos.
Nos últimos dias, a situação se agravou.
No início da semana, a Amazon proibiu vendedores que comercializam em sua plataforma de usar alguns serviços da FedEx temporariamente, alegando problemas de performance, “convencendo o mercado, com apenas um press release, que a FedEx regrediu de uma empresa de ‘crescimento’ para uma empresa ‘madura’ e em ‘declínio’,” escreveu Galloway.
Na quarta-feira, outra porrada: a FedEx revisou seu guidance para 2020, reduzindo a previsão de lucro em 9% — e detonando uma queda de mais de 10% na ação.
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