O CEO da Petrobras, Roberto Castello Branco, criticou os monopólios e disse que “a Petrobras de hoje é muito melhor do que a de 2015. Escapou de ser rebaixada para a segunda divisão, mas ainda há muito o que fazer para ser uma campeã.” 
 
Ele também disse que, no novo ciclo que se inicia para a empresa, “o Rio poderá ser uma nova Houston.” 
 
Abaixo, a íntegra do discurso:
 
 

“Aos meus saudosos pais, José e Maria, agradeço pela formação que me deram. Agradeço a minha família pelo apoio e em especial a minha querida esposa Renata. Renata, além de me estimular, por amor aceita os sacrifícios naturais impostos pelo exercício desta nobre missão.

 
Gostaria de agradecer ao Presidente Jair Messias Bolsonaro e ao Ministro Almirante Bento Albuquerque por terem confiado a mim o exercício de importante missão à frente da maior empresa brasileira. A ela me dedicarei com enorme entusiasmo e todo empenho.

Minha gratidão pela confiança e apoio fraterno de meus amigos. Amigo, inspirador e companheiro de ideias liberais, Ministro Paulo Guedes, os ‘Chicago Oldies’, os amigos da equipe econômica, da FGV Crescimento, EPGE e IBRE, da Vale e de todos os amigos que a vida tem me presenteado.

 
Agradeço a presença do Almirante Julio Soares de Moura Neto, o mais longevo Comandante da Marinha do Brasil e meu colega de turma no Colégio Naval, e do Comandante Gilberto Esmeraldo, amigo e também contemporâneo de meus tempos na Marinha.
 
A eleição do Presidente Bolsonaro é um marco histórico e uma oportunidade única para colocarmos o Brasil no caminho da prosperidade.

O populismo asfixiou o empreendedorismo e a inovação. O investimento e a produtividade foram reprimidos.

 
Os gastos públicos se tornaram abundantes. O crescimento econômico foi substituído pelo redistributivismo perverso.
 
Através de privilégios e monopólios se transferiu renda do povo brasileiro para pequenos grupos de interesse.

Privilégios e monopólios são inadmissíveis numa sociedade livre.

Monopólios restringem a liberdade de escolha e impõem aos cidadãos tributação predatória e sem aprovação do Parlamento.

O monopolista é poderoso e visível, o que acaba convidando intervenções do Estado na economia.

 
Quanto maior sua intromissão na economia, mais restrita é a liberdade, menor é o crescimento econômico. É a construção de uma fábrica de pobres.

Minha história na Petrobras não começa hoje.

Convidado por Murilo Ferreira, então Presidente da Vale e que muito me honra com sua presença, fui conselheiro da empresa entre 2015 e 2016.

 
Encontrei naqueles dias sombrios uma Petrobras que se defrontava com duas crises, uma crise moral e uma crise de dívida, a primeira acarretando a segunda.

 
A companhia havia sido saqueada por uma organização criminosa composta por políticos corruptos, capitalistas inimigos do capitalismo e pequeno grupo de funcionários. Reviveu-se uma versão tropical da “prikhvatizatsiya”, a privatização por dentro, como se denominou o assalto praticado pela nomenklatura nas estatais da URSS em nome da pátria socialista.

Os acionistas perderam, perdeu o corpo funcional da Petrobras, composto por gente honesta e trabalhadora, e perdeu o Brasil.

 
A corrupção é crime abominável, possui suas amplas e sérias consequências econômicas e sociais e leva a democracia ao descrédito.

A convivência com as duas crises me ajudou a conhecer a Petrobras, a seriedade e competência profissional de seus funcionários e a me revoltar contra aquele estado de coisas.

As crises foram debeladas e sou grato a todos que participaram dessa reconstrução, principalmente meus dois últimos antecessores, Pedro Parente e Ivan Monteiro.

 
Construiu-se sólida governança corporativa, rigorosas normas de ética e integridade foram implementadas e punidos os criminosos.

A Petrobras retomou o acesso aos mercados financeiros e já registrou lucro contábil, embora não econômico.

Um ciclo se encerrou.

 
A Petrobras de hoje é muito melhor do que a de 2015. Escapou de ser rebaixada para a segunda divisão, mas ainda há muito o que fazer para ser uma campeã.

Uma nova era se inicia. Parafraseando o Presidente Ronald Reagan, “é um novo amanhecer no Brasil e na Petrobras”.

É hora de promover mudança transformacional, para o benefício dos acionistas, valendo lembrar que 63,6% do capital da empresa é do povo brasileiro, e para o bem do Brasil como um todo.

 
O estado do Rio de Janeiro e o Rio se beneficiarão muito. O Rio poderá ser uma nova Houston.

A Petrobras deverá ser uma empresa de excelência, comparável às melhores companhias globais de petróleo.

 
Vamos ousar, sempre respeitando a lei, as pessoas e o meio ambiente.

Impossível é nada.

Impossível é apenas uma palavra, atrás da qual se escondem os que adoram trabalhar no “feel good department”, como chama Carlos Brito, CEO da Inbev, aqueles que tratam os problemas como de origem exógena para não assumir suas responsabilidades.

 
Nossa visão estratégica é simples e pode ser resumida em cinco prioridades:

1. Gestão do portfolio
2. Minimização do custo do capital
3. Busca incessante por custos baixos e eficiência
4. Meritocracia
5. Segurança no trabalho e proteção do meio ambiente

 
(A discussão de cada um destes pontos está aqui.)
 
Finalmente, atendendo a sugestões vou reafirmar o óbvio ululante. Preços de combustíveis obedecerão à paridade internacional, um sonoro não aos subsídios, um sonoro não à exploração de poder de monopólio.

No futuro próximo não estaremos sozinhos na indústria do refino.

Pedimos o apoio dos três poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário, dos órgãos de controle e da mídia, para nos ajudar a explorar com eficiência o enorme estoque de riqueza mineral de nosso País. O que está em jogo é o desenvolvimento econômico do Brasil.

O liberalismo é fraterno e a economia de mercado é um regime de cooperação e não de confrontação.

 
Uma empresa é feita de pessoas. São elas, colegas de trabalho na Petrobras a partir de agora, desde os que estão nas plataformas em alto mar aos que labutam nos escritórios deste prédio, que convoco para dedicar esforço e talento para transformar nossa empresa num exemplo global de excelência operacional e financeira e num dos melhores lugares para trabalhar.

Vamos olhar para o futuro com gana de vencer!

Juntos pela Petrobras e pelo Brasil!”