Mais de 160 líderes empresariais enviaram uma carta ao prefeito Bill de Blasio alertando sobre a deterioração de Nova York em meio a preocupações crescentes sobre segurança pública, limpeza e qualidade de vida, o Wall Street Journal reportou ontem à noite.

Os signatários incluem os CEOs do Citigroup, Goldman, Morgan Stanley, Pfizer, Mastercard, Nasdaq e sócios sêniores de firmas como Shearman & Sterling e Simpson Thacher.

Na carta, organizada pelo grupo empresarial Partnership for New York City, os empresários e executivos dizem que a pandemia devastou a economia da cidade e instam o prefeito democrata a restaurar os serviços essenciais que foram cortados do orçamento que ele e a Câmara aprovaram recentemente.

Segundo o WSJ, o orçamento reduziu ou eliminou serviços como coleta de lixo e remoção de pichações, bem como transferiu quase US$ 1 bilhão do Departamento de Polícia de Nova York para outras áreas.

A cidade ainda enfrenta um déficit de US$ 9 bilhões nos próximos dois anos e pode ter de demitir 22.000 funcionários do governo nas próximas semanas, segundo o WSJ.

Nova York tem visto um aumento de crimes violentos e roubos durante o verão, na medida em que as autoridades direcionam recursos para o combate à pandemia.

Segundo o jornal, no período de quatro semanas que terminou no domingo, a cidade registrou 55 homicídios, um aumento de 49% em relação aos 37 no mesmo período do ano passado, segundo dados do NYPD. A cidade também teve 222 tiroteios durante essas quatro semanas, mais do que o dobro dos 90 tiroteios um ano antes.

“Precisamos enviar uma mensagem forte e consistente de que nossos funcionários, clientes e visitantes voltarão para um ambiente de trabalho seguro e saudável”, diz a carta dos líderes empresariais. “As pessoas demorarão a voltar, a menos que suas preocupações com a segurança e a qualidade de vida de nossas comunidades sejam tratadas rapidamente, com respeito e justiça pelas diversas populações de nossa cidade.”

Segundo o WSJ, De Blasio agradeceu a manifestação da comunidade empresarial, mas disse que os deputados estaduais precisam lhe autorizar a contrair mais dívida para que a cidade possa fechar seu buraco fiscal e restaurar os serviços.

“Vamos ser claros: para restaurar os serviços da cidade e salvar empregos, precisamos de empréstimos de longo prazo e um estímulo federal – precisamos que esses líderes se juntem à luta para fazer a cidade avançar”, disse o prefeito.

De Blasio está pedindo autorização para contrair empréstimos desde maio, mas o Legislativo estadual até agora não agiu, segundo o jornal.