Seis lajes do Pátio Victor Malzoni, o edifício icônico da Faria Lima que abriga o Google e o BTG Pactual, estão trocando de mãos por R$ 365 milhões.
A transação envolveu seis dos 18 andares da Torre A — ou 9.500 m² de área bruta locável — e contempla lajes que estão 100% locadas, dois terços delas para o Google.
Outros inquilinos incluem a Casa dos Ventos, a empresa de geração de energia renovável, e a corretora Planner.
O comprador é um FII levantado e gerido conjuntamente pela BlueMacaw, a gestora de Marcelo Fedak, e a Catuaí, do empresário Alfredo Khouri Jr, cuja família era proprietária de shoppings no Paraná vendidos à BR Malls em 2011.
Os principais investidores do fundo foram a WHG, a Arton Advisors e clientes da Julius Baer. A XP tem 49% da WHG e uma participação minoritária não revelada na BlueMacaw.
A transação na Faria Lima saiu a R$ 38.400/m², um cap rate de 7,5% assumindo um aluguel médio de R$ 240/m², o topo da faixa de preço do metro quadrado na região.
Dos seis andares, quatro estão alugados para o Google, que estendeu os contratos até 2030. Como parte das negociações para a extensão, a próxima revisional ficou marcada para daqui a três anos, travando o aluguel nos níveis atuais num momento de muitas revisões para baixo.
Trata-se de uma rara transação num prédio onde dois proprietários — Paulo Malzoni e o BTG Pactual — controlam 60% da ABL. O edifício opera 99% locado.
O vendedor foi o empresário egípcio Naguib Sawiris, que aparentemente jogou a toalha depois de anos esperando o câmbio se fortalecer para se desfazer do ativo.
Tanto a BlueMacaw, que tem R$ 3 bi sob gestão, quanto a Catuaí, de Khouri, estavam tentando comprar o ativo quando resolveram se juntar.
Além dos R$ 138 milhões levantados pelo FII BlueMacaw Catuaí Triple-A, a compra foi financiada por um CRI de R$ 270 milhões.
A aquisição contemplaria sete em vez de seis lajes, mas o locatário de uma das lajes exerceu seu direito de preferência. Um tal de BTG…