Cristiano Muniz está assumindo a presidência do Grupo ABC no lugar de Guga Valente, uma transição suave num dos maiores grupos de publicidade do País num momento de profunda transformação na indústria.  Guga, CEO desde o início do grupo, vai se juntar ao outro co-fundador do ABC, seu amigo de adolescência Nizan Guanaes, no conselho da empresa.
 
10892 8c3dd883 de40 29c1 1867 339d34e9574fMuniz, há sete anos anos no ABC e até agora o CFO do grupo, participou de todas as aquisições da holding desde 2010, da entrada do Kinea como investidor em 2014, e finalmente da venda de 100% do conglomerado para a Omnicom no ano seguinte.  Em 2017, ele deixou o grupo brevemente: foi head da Accenture Interactive para América do Sul, e em seguida diretor global de gestão da BRF.  Voltou ao ABC em agosto de 2019, já com a sucessão em vista.

O ABC é um conglomerado de agências que inclui a África, TracyLocke, Interbrand, Track, SunsedDDB, Tribal Worldwide e CDN. 

Logo após a venda do ABC, em janeiro de 2016, Muniz liderou a integração de todas as agências do grupo com as políticas, procedimentos e tecnologia da Omnicom, uma companhia listada em Nova York, além de navegar um cenário de mudança de governo (de Dilma para Temer), uma recessão épica e — de quebra — uma crise existencial no mundo da publicidade, onde os clientes estão migrando para plataformas online e colocando em xeque modelos de remuneração.

Para lidar com esses desafios, o ABC embarcou numa reestruturação de todas as agências, cortando custos e trocando lideranças antigas ao longo dos últimos anos. A DM9DDB, um ícone no mercado, foi fechada.

Muniz diz que a holding agora está pronta para navegar a recuperação econômica.

“Nunca começamos o ano com um pipeline tão grande de pitches e propostas colocadas,” ele disse ao Brazil Journal. “As expectativas para 2020 são excelentes.”

Os primeiros resultados começaram a aparecer no ano passado, quando o grupo cresceu sua receita em dois dígitos e dobrou o resultado operacional.

“A saída de cena do Guga Valente coincide com o fim da era da publicidade personalista e midiática, protagonizada por nomes como o Nizan, Washington Olivetto e Fabio Fernandes, por exemplo,” diz um grande anunciante. “Eles trabalhavam com orçamentos vultosos, foco criativo, vida social agitada e influência no cliente. Agora, esse modelo dá lugar a gestores como o Muniz, orientados por dados e performance, com soluções testadas e racionais, e nesse quesito o Guga era quase uma estrela solitária e discreta.” 

 

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Hugo, BOSS