O Neon está colocando mais US$ 25 milhões (R$ 135 milhões no câmbio atual) no caixa, atraindo para o seu captable o IFC, o braço de investimentos do Banco Mundial, e o DEG, subsidiária do Grupo KfW, o principal banco de desenvolvimento da Alemanha. 

A captação – uma extensão da Série E da fintech – também teve a participação do BBVA e da General Atlantic, que já tinham participação na startup fundada por Pedro Conrade. No total, a companhia captou cerca de US$ 127 milhões na rodada.

pedro conrade

O aporte encerra uma captação que começou em dezembro de 2023. Naquele mês, a empresa anunciou um aporte de US$ 64 milhões e, nove meses depois, divulgou uma extensão de US$ 38 milhões.

Jamil Marques, o CFO e COO do Neon, disse que a os  recursos vão ajudar o Neon a acelerar investimentos em crédito – com foco no consignado privado – e desenvolvimento tecnológico.

Hoje a carteira de crédito do Neon está em R$ 6 bilhões, sendo 10% de consignado privado. Com a abertura do programa Crédito ao Trabalhador, o CFO diz que a modalidade pode alcançar 20% da carteira nos próximos dois anos.

Além disso, o Neon vê o Pix como uma grande oportunidade de crescimento, ainda mais com os lançamentos previstos do Pix Parcelado e do Pix Garantido pelo Banco Central.

O executivo disse que o objetivo do Neon é usar o Pix para ampliar o acesso a crédito para as classes C e D, que representam a maior parte de seus clientes. 

Na área de tecnologia, o Neon pretende investir mais em ferramentas de inteligência artificial para personalizar o contato com os clientes e melhorar sua eficiência operacional, além de aumentar a receita com os seus usuários.

No primeiro trimestre, o Neon chegou a um ARPAC de R$ 40 – uma alta de 15% em relação ao valor registrado no fim de 2024. Em 2021, o ARPAC mal chegava a R$ 7. 

Esse fator ajudou o Neon chegar ao lucro pela primeira vez no último trimestre do ano passado e repetiu o bottom line no azul no primeiro trimestre. 

Ainda assim, há pontos de atenção. Jamil disse que a fintech viu um aumento dos índices de inadimplência; o Neon não divulga os números. “A combinação de desaceleração econômica e juros altos pode começar a pesar mais,” disse.

Jamil disse que essa deve ser a última rodada do Neon antes de um eventual IPO. Segundo ele, a fintech tem cerca de R$ 1 bilhão em caixa e enxerga uma abertura de capital em um horizonte de dois anos – a depender da janela.