A companhia aérea Emirates iniciou conversas para a aquisição da Etihad, em uma negociação que pode levar à criação da maior companhia aérea do mundo.

As conversas ainda são preliminares, segundo a Bloomberg – que deu a notícia em primeira mão –,  e sinalizam que a onda de constante crescimento de capacidade, financiada com dinheiro de petróleo, pode ter chegado a um limite.

No ano passado, pela primeira vez em 20 anos, o Oriente Médio perdeu participação no mercado global de passageiros, segundo a IATA.

Hoje a Emirates é a quarta companhia aérea em passageiros transportados por quilômetro voado, atrás das americanas American, Delta e United.

A Emirates, de Dubai, e Etihad, de Abu Dhabi, competem fortemente pelos mesmos passageiros em rotas similares, que ligam a Ásia ao Ocidente. Logo, uma eventual fusão deve levar a um corte de capacidade – com impacto inclusive na demanda por aeronaves.

As duas companhias também disputam o título de companhia mais luxuosa, com Primeiras Classes que são verdadeiros apartamentos privativos com cama, chuveiro e muito dourado.

Mas apesar de todo glamour na Primeira Classe, a Etihad está no vermelho: nos últimos dois anos, o prejuízo soma US$ 3,5 bilhões – em parte porque o petróleo barato fez os árabes viajarem menos.

A Etihad também fez investimentos errados dentro de uma política de adquirir participações em empresas estrangeiras para garantir tráfego para o seu hub em Abu Dhabi: a Air Berlin faliu ano passado, enquanto a Alitalia entrou em recuperação judicial.

Uma eventual aquisição seria um alívio para Abu Dhabi, que tem 6% das reservas mundiais de petróleo, e que vem buscando alternativas para se adaptar a tempos de preços mais baixos da commodity.

Dubai e Abu Dhabi já se uniram no passado para formar uma grande empresa de alumínio, a Emirates Global Aluminium, e há conversas para unir as Bolsas.

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