Em mais uma demonstração de união da sociedade civil em meio à tragédia do coronavírus, 40 empresas se comprometeram publicamente a não reduzir seu quadro de funcionários pelo menos até o fim de maio, ganhando tempo até que o lockdown da economia seja reduzido ou acabe de vez.
 
As empresas — de grande, médio e pequeno porte — acabam de lançar o manifesto NÃO DEMITA, e estão pedindo que outros empresários se unam ao esforço de manter empregos até que haja mais visibilidade sobre o fim da crise.
 
“Esta crise vai passar,” os empresários dizem no manifesto. “Vamos juntos construir esta travessia até o fim de maio. Mantendo nossos quadros ajudaremos a evitar ou minimizar um possível colapso econômico e social.”
 
O manifesto foi assinado por empresas impactadas diretamente pelo lockdown, como Magazine Luiza, Lojas Renner e a BR Distribuidora.  Os três grandes bancos privados do País também assinaram o manifesto, que uniu ainda concorrentes ferozes como o BTG e a XP, a Natura e o Boticário.
 
Além de manter os empregos, o manifesto exorta os empresários a fazer doações para pessoas cuja subsistência foi ameaçada pelo lockdown.
 
“Essas pessoas também são empreendedoras. São os vendedores de pipoca, de cachorro-quente, as manicures e diversos outros que não têm com quem contar.   Elas também ajudam a levar o nosso país para frente, mas neste momento não podem sair de casa para lutar pela sobrevivência.  Você, empresário, também é um sobrevivente.  Ajude.”
 
Empresas que desejarem aderir podem fazê-lo aqui. Desde essa manhã, outras 150 empresas já assinaram o documento.
 

Abaixo, a íntegra do manifesto:

 
 
Empresários, não demitam!  Esta crise vai passar
 
 
Esta é uma convocação de empresário para empresário. 

A primeira responsabilidade social de uma companhia é retribuir à sociedade o que ela proporciona a você – começando pelas pessoas que dedicam suas vidas, todo dia, ao sucesso do seu negócio.
 
É por isso que nossa maior responsabilidade, agora, é manter nosso quadro de funcionários.

Estes são tempos extraordinários que exigem medidas extraordinárias. Muitos passamos a vida tentando construir um legado.  A hora é essa.
 
Neste momento, o Brasil é um país de heróis.  Na saúde, milhares de profissionais dão o melhor de si e correm riscos para salvar vidas nos hospitais.  Em outros setores da economia, milhões de brasileiros trabalham todos os dias para manter nossas cadeias de fornecimento intactas. Eles garantem o funcionamento das fábricas, o abastecimento e o transporte público.
  
Já o nosso ato de coragem é outro: cuidar dos funcionários que dependem de seus salários e de nossas empresas.
 
Por isso, fazemos este chamamento e assumimos, nós mesmos, este compromisso: empresários, mantenham seus quadros pelo menos nos próximos dois meses.
 
Esta crise vai passar.  Vamos juntos construir esta travessia até o fim de maio. Mantendo nossos quadros ajudaremos a evitar ou minimizar um possível colapso econômico e social.
 
Se você tem fábricas ou instalações, siga as orientações da OMS e do Ministério da Saúde. Crie um ambiente de trabalho em que as pessoas possam comer e trabalhar com distância física, e assim se sintam tão seguros quanto se estivessem em casa.

Mas precisamos fazer mais. Também temos responsabilidade com a sociedade em geral.
 
Se você tiver força financeira, ajude as pessoas que moram nas nossas comunidades a terem condições de sobrevivência. Essas pessoas também são empreendedoras. 

São os vendedores de pipoca, de cachorro-quente, as manicures e diversos outros que não têm com quem contar.   Elas também ajudam a levar o nosso país para frente, mas neste momento não podem sair de casa para lutar pela sobrevivência. 
 
Você, empresário, também é um sobrevivente.  Ajude.
  
A verdade é que precisamos todos uns dos outros e, sob circunstâncias terríveis, estamos finalmente nos dando conta disso.

Se você já foi fortemente afetado pela crise ou está passando por dificuldades financeiras na sua empresa e realmente não tem caixa para evitar demissões, ainda assim, reflita. 

Desligar gera um custo imediato, muitas vezes maior que dois meses de salários, e há linhas de crédito recém criadas para ajudar as empresas a atravessar a tempestade.
 
Faça sua parte. O país precisa de você. 

 
#nãodemita