A XP está criando um novo modelo de remuneração para seus agentes autônomos, permitindo que o cliente escolha pagar pela assessoria de investimentos um percentual de seus ativos depositados na corretora — um sistema de remuneração que é padrão no mercado de private banking.
O novo modelo — que a XP está chamando de ‘taxa fixa’ e é conhecido nos EUA como ‘fee-based’ — é uma alternativa ao sistema atual, em que o cliente paga comissões cada vez que compra um produto financeiro.
No modelo de taxa fixa, os rebates que remuneram os AAs no modelo atual serão devolvidos ao cliente e abatidos do que ele tem a pagar.
“Em vez da gente ficar defendendo um modelo ou outro, quem vai definir como o cliente quer se relacionar com seu assessor vai ser o próprio cliente,” Gabriel Leal, o sócio responsável pela área de clientes da XP, disse ao Brazil Journal.
A XP disse que o AA poderá cobrar no mínimo 0,5% ao ano e no máximo 1% ao ano dos ativos sob custódia. A negociação será feita caso a caso entre os AAs e os clientes, e dependerá do nível de atendimento exigido.
O novo sistema está sendo anunciado um mês depois que o Itaú fez uma campanha apontando conflitos de interesse na remuneração dos agentes autônomos em comparação com a dos gerentes do banco.
“Tentou-se construir uma narrativa de que o modelo de transação é algo ultrapassado, desalinhado com o cliente, etc, mas isso não é verdade: o modelo de transação ainda é ativo no mundo inteiro, e o modelo de transação com ética e transparência acaba sendo o melhor modelo e o modelo mais barato. Mas o cliente vai poder escolher.”
Leal disse que “na nossa visão, esse modelo é mais caro para alguns clientes,” mas que é preciso haver alternativas.
“Em determinadas situações, o modelo de taxa fixa é pior para o cliente. Imagina que você monte uma carteira de fundos imobiliários e Tesouro Direto. Para quê eu vou te cobrar 0,5% ao ano?”