O Morgan Stanley acaba de anunciar a compra da corretora E*Trade por US$ 13 bilhões, em mais um movimento de consolidação da indústria de investimentos e num negócio que posiciona de vez o banco no disputado mercado de corretagem.
O Morgan está pagando US$ 58,74 por ação pela totalidade da empresa, um prêmio de mais de 35% sobre o valor da E*Trade no fechamento do pregão de ontem.
A aquisição — 100% em ações do Morgan — adiciona ao portfólio do banco mais de 5 milhões de clientes de varejo, US$ 360 bilhões em ativos e um banco digital.
O CEO da E*Trade, Michael Pizzi, continuará à frente do negócio e vai liderar a área de corretagem do Morgan Stanley.
O movimento vem três meses depois da Schwab comprar a TD Ameritrade por US$ 26 bilhões e em meio a uma guerra de preços na indústria de corretagem (em outubro, a Schwab cortou todas as suas comissões para ações, ETFs e opções, forçando os concorrentes a fazer o mesmo).
Na época, as ações da E*Trade despencaram com o receio do mercado de que ela não conseguiria sobreviver ao aumento da competição. A transação com o Morgan Stanley é uma resposta direta a essa dinâmica.
Hoje, o Morgan já tem uma plataforma online para pequenos investidores, além de mais de 15 mil assessores que atendem seus clientes de alta renda. Mas o banco vinha há tempos tentando ganhar tração no segmento.
Numa entrevista recente, o CEO James Gorman disse que o Morgan “vai enfrentar a Schwab. E vai enfrentar a Fidelity.”
“Isso não é sobre a construção de um legado; é sobre deixar o Morgan Stanley pronto para o horário nobre,” disse ele.
O casamento das duas empresas é um romance de longa data. O CEO do Morgan disse ao The Wall Street Journal que está de olho na E*Trade desde 2002, quando ele ainda era um executivo na Merrill Lynch. Em 2007, quando assumiu a missão de consertar o negócio de corretagem do Morgan, ele abordou a corretora, mas as negociações não foram adiante.
A E*Trade foi fundada no início dos anos 80 com apenas US$ 15 mil de seus dois fundadores, William Porter e Bernard Newcomb.
A aquisição é a maior transação feita por um banco de Wall Street desde a crise financeira de 2008.
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