A Acqua-Vero Investimentos, o quinto maior escritório da XP, está deixando a casa onde operou por 10 anos para se tornar uma corretora, tendo o BTG Pactual como sócio.

O escritório, que assessora a alocação de cerca de R$ 8,5 bilhões em ativos de clientes, existe na forma atual desde dezembro, quando a Acqua se fundiu com a Vero — a primeira fusão dentro do chamado G20, o grupo dos maiores AAIs da XP.

A Acqua-Vero é o quarto escritório a trocar a XP pelo BTG atraído pela proposta de se tornar uma corretora.  O caminho já foi trilhado por EQI, Lifetime e Arton Advisors, o grupo de 17 executivos que saiu do Private da XP.

Tipicamente, o BTG tem ficado com 49,9% do capital das novas corretoras, cuja criação está sujeita à aprovação do Banco Central. 

A Acqua-Vero notificou a XP esta manhã e agora vai cumprir um período de 60 dias de aviso prévio. Quando deixa a XP, um escritório tem que devolver todo o investimento feito pela companhia e pagar uma multa rescisória.

A Acqua-Vero tem 250 profissionais, 16 filiais e quase 20 mil clientes, e disse que sua meta é chegar ao final do ano com R$ 12 bilhões sob assessoria e 350 profissionais.

O movimento acontece num momento de ebulição no mercado de AAIs.  

Pelo menos outros dois dos 10 maiores escritórios do País já contrataram advisors para montar suas corretoras, fontes envolvidas neste tipo de assessoria disseram ao Brazil Journal.

Nas conversas com escritórios, o BTG tem defendido uma tese simples, mas que tem se mostrado eficaz: enquanto funciona como um AAI, o escritório transfere seu valor de equity para a XP ou BTG.  Mas ao se transformar numa DTVM, o escritório passa a ter valor de equity.

Um gestor que tem seus fundos distribuídos em ambas as plataformas disse que o movimento dos AAIs coloca a XP diante de um dilema empresarial inédito: “Se ela pagar para reter o AAI, a XP está tendo que pagar para perder metade do negócio, enquanto o BTG tem que pagar para ganhar 50% do negócio. E o preço é o mesmo! O Guilherme [Benchimol] vai precisar de muita criatividade pra sair dessa.”

Em nota, a XP disse que tem mais de 9 mil profissionais parceiros, abre em média cinco novas operações por mês e possui mais de R$ 715 bilhões de ativos sob custódia.

“Nos poucos casos de descredenciamento ocorridos até hoje, o histórico de transferência para a nova instituição é baixo, sendo menor que 15% em média. Isso ocorre pois a decisão final é dos clientes,” disse a XP.