A Mistral AI, considerada a mais promissora startup de inteligência artificial fora dos Estados Unidos, acaba de levantar € 600 milhões a um valuation de € 5,8 bilhões – ou pouco mais de US$ 6 bi. 

A empresa foi fundada há apenas um ano em Paris por egressos da Meta e da DeepMind, a pioneira de IA comprada pelo Google em 2014. 

O valulation dessa rodada foi quase 3x  a da rodada anterior, em dezembro passado, quando a startup levantou € 385 milhões. Desde sua fundação a Mistral já recebeu mais de US$ 1 bi em investimentos. 

A captação foi liderada pela General Catalyst e teve a participação de outras gestoras de VC que já haviam investido antes, como a Andreessen Horowitz e a Lightspeed Ventures, além de companhias como Nvidia, Samsung, IBM e BNP Paribas. 

A Microsoft — que investiu € 15 milhões na startup em fevereiro por meio de uma parceria envolvendo a Azure, o seu serviço de nuvem — não participou dessa rodada. 

Ao contrário da OpenAI e da Anthropic, a Mistral está apostando em softwares abertos. Ela vende modelos pré-treinados cujos códigos podem ser acessados livremente e customizados. O seu chatbot, o Le Chat, é gratuito e já demonstrou que consegue superar o ChatGPT em algumas operações. 

A Mistral disse que com a nova injeção de capital poderá continuar crescendo de maneira independente.

Até agora, ela é a mais valiosa desenvolvedora de modelos de linguagem de grande escala de IA surgida fora do Vale do Silício. 

Seus fundadores são três franceses: Timothée Lacroix, Guillaume Lample e Arthur Mensch, que mantêm o controle acionário do negócio mesmo após as injeções de capital. 

A startup se apresenta como sendo capaz de oferecer modelos tão bons quanto os dos concorrentes americanos, mas que custam muito menos para serem desenvolvidos e treinados. 

“Quando começamos, disseram que esse seria um mercado que nunca passaria por uma disrupção,” disse Mensch ao Financial Times. “Demonstramos que esse não era o caso – e nós efetivamente fizemos uma disrupção no modelo de negócio da OpenAI.” 

Jeannette zu Fürstenberg, que lidera a General Catalyst na Europa, disse ao FT que a startup tem uma eficiência de capital “impressionante,” usando uma fração dos recursos em comparação com os seus rivais americanos.