A Mevo – a startup de prescrição digital de medicamentos e exames – acaba de levantar uma rodada de R$ 45 milhões que vai lhe permitir escalar seu ecommerce de medicamentos, o primeiro passo para monetizar sua base de mais de 60 mil médicos.
A rodada – que está sendo chamada de um ‘pre-Series B’ – foi liderada pela Floating Capital, que já havia investido há um ano na Série A da Mevo (anteriormente Nexodata). A Floating foi criada por cofundadores da seguradora de saúde americana Oscar Health e, no Brasil, já investiu também na Shopper.
A captação deu entrada à família Fribourg, dona da ContiGroup Companies (anteriormente Continental Grain Company), que opera em vários setores, incluindo o agronegócio; ao investidor Jeff Keswin, fundador da Lyrical Partners, um hedge fund de US$ 8 bi; e ao Grupo Santa Cruz, um dos maiores distribuidores de medicamentos do Brasil.
O Einstein, a FIR Capital e a família Martins, que já eram investidores, acompanharam.
O tamanho da rodada foi elevado para acomodar a demanda, e o valuation foi “significativamente acima” da captação anterior, o fundador Pedro Dias disse ao Brazil Journal.
Fundada há cinco anos por Pedro e Lucas Lacerda, a Mevo criou uma plataforma que digitaliza as prescrições médicas, permitindo que os médicos enviem a receita ou os pedidos de exame direto no smartphone do paciente.
A receita da Mevo já é aceita em todas as farmácias do Brasil, mas a startup tem uma integração com 25 mil delas, criando uma base de dados com praticamente todos os medicamentos disponíveis no mercado.
A Mevo opera num modelo B2B2C: os hospitais e instituições de saúde adotam o software e o disponibilizam para sua base de médicos – normalmente sem pagar nada para a Mevo, com exceção de alguns clientes com um nível maior de complexidade.
Com esse modelo, a Mevo fechou contrato com 91 instituições de saúde que juntas somam cerca de 400 hospitais, incluindo gigantes como a Intermédica, a Rede D’Or, o Hcor, a Rede São Camilo e a Unimed Natal.
Mas até pouco tempo atrás, a Mevo praticamente não tirava um centavo sequer dessa base.
Foi só em fevereiro que a startup começou a monetizar com uma plataforma de venda de medicamentos online. Quando o cliente recebe a receita no celular, ele pode clicar no botão de ‘comprar’, dar o ‘opt in’, e acessar uma página com a oferta dos medicamentos.
A Mevo vende tanto produtos de sua própria farmácia digital – a Mevo Farma, que opera no modelo 1P – quanto de terceiros. Para vender os produtos da Mevo Farma, a startup tem um centro de distribuição em São Paulo, de onde despacha os produtos.
Segundo Pedro, a Mevo terá que expandir essa infraestrutura em breve para conseguir atender outros estados.
Outro objetivo é acelerar a expansão comercial com a entrada em novas instituições de saúde e o aumento da penetração na base já existente.
“Hoje temos contrato com 91 instituições, mas só estamos em 25% dos hospitais desses clientes,” disse Pedro. “Só aí, ainda tem muito espaço para crescer.”