A YPF, a petroleira estatal da Argentina, sobe 36% hoje na Bolsa de Nova York, reagindo à promessa de Javier Milei de privatizar a companhia e em meio a um rali brutal de todos os ativos argentinos.
O preço do papel foi a US$ 14,60, recuperando parte da forte desvalorização durante os anos do governo de Alberto Fernández. Em julho de 2019, meses antes da vitória do atual presidente, o papel era cotado acima de US$ 18.
Todos os ativos argentinos sobem forte hoje, após a vitória de Milei. O mercado local está fechado por causa de um feriado, mas os papéis negociados em Wall Street registram altas superiores a 20%.
“Tudo que possa estar nas mãos do setor privado estará nas mãos do setor privado,” disse Milei na manhã de hoje, em declarações a um programa da rádio Mitre.
Milei disse, no entanto, que no caso da YPF primeiro será necessário “recuperá-la,” porque “desde que o senhor (Axel) Kicillof decidiu estatizá-la, ele deteriorou a empresa em termos de resultados para que ela valesse menos do que quando foi expropriada.”
A petroleira foi reestatizada em 2012 no governo de Cristina Kirchner. Kicillof, governador reeleito da província de Buenos Aires, era então o principal assessor econômico da presidente.
Em setembro passado, a Argentina foi condenada em um tribunal de Nova York a pagar uma indenização de US$ 16 bilhões a ex-acionistas da companhia. Originalmente estatal, a YPF havia sido privatizada em 1993.
No seu ponto máximo de valorização, em 2005, o papel chegou a valer mais de US$ 60 na NYSE – 4x o preço de tela.
As empresas de energia, que constantemente sofrem com os congelamentos de tarifas, também registram altas expressivas. A Tranportadora de Gas del Sur (TGS) sobe 24%, e a Pampa Energía, 17%.
As instituições financeiras também estão em alta forte, com o Banco Macro subindo 23% e o BBVA Argentina 17%.