Bill Ackman é um dos gestores mais respeitados dos EUA, administrando cerca de 11 bilhões de dólares.
Em dezembro de 2012, ele começou a apostar na queda das ações da Herbalife, dizendo que a empresa era um grande esquema de pirâmide.
Neste tipo de operação, conhecia como short, o investidor toma ações emprestadas de alguém e as vende, esperando recomprá-las mais tarde a um preço mais baixo.
Se as ações sobem, o investidor tem que ter muito estômago para continuar na aposta, ou então recompra as ações mais caro e fica com o prejuizo.
Ackman passou os últimos 18 meses tentando convencer os outros investidores de sua tese. Conclamou as autoridades americanas a investigar a empresa e disse ter gasto 50 milhões de dólares investigando a Herbalife. Está convencido de que a empresa é uma fraude. (A Herbalife, claro, nega tudo.)
Ontem, Ackman fez uma apresentação de três horas e meia sobre sua tese. Disse que era “a apresentação mais importante de [sua] carreira”.
Quando parou de falar, em vez da Herbalife despencar, como ele esperava, elas subiram 25%, a maior alta em um dia da história da empresa.
A alta custou-lhe um prejuizo de centenas de milhões de dólares, pelo menos no papel, já que ele ainda não recomprou as ações.
O New York Post, tablóide americano que não perdoa ninguém, ilustrou o episódio com a foto abaixo em sua edição de hoje.
O jogo ainda não acabou. Whitney Tilson, outro respeitado gestor que também está apostando contra a Herbalife, disse esta manhã que está ainda mais confiante de que sua tese está correta.
O próprio Ackman sabe que, nesse jogo, paciência é como oxigênio. Sua aposta contra a seguradora MBIA fez ele perder dinheiro por seis anos, até que a seguradora quebrou, rendendo 1 bilhão de dólares para os clientes de seus fundos. O caso virou livro.