A Boali, uma rede de franquias de alimentação saudável, comprou o controle da Mana Poke, a marca especializada no prato de origem havaiana. O valor da operação não foi revelado.
Com a aquisição, a Boali passa a ter 170 lojas no modelo de franquia – 104 com a marca própria e outras 66 com a Mana Poke – e um faturamento de R$ 400 milhões considerando as duas redes.
Outras 50 unidades já têm contrato assinado e estão em fase implantação. Até o final de 2026, a expectativa é que a empresa tenha 280 restaurantes operando.
Com um cardápio focado em pratos saudáveis como saladas, wraps e bowls, a Boali entra agora em um novo território da dieta balanceada. “Poke não é modismo. É uma vertical de comida saudável que veio para ficar,” Rodrigo Barros, o CEO e fundador da marca, disse ao Brazil Journal.
Barros fundou a Boali em 2015 depois de comprar as operações da Salad Creations no Brasil, uma rede americana que tinha 19 restaurantes na época.
Apostando na consolidação do mercado de comida saudável, em 2021 a empresa comprou a rede mineira Horta 31 e, no final de 2024, adquiriu a Tasty, de Curitiba. “Queremos liderar o ecossistema de healthy food no Brasil,” disse Barros, que adquiriu 51% da Mana.
O restaurante de comida havaiana segue como marca independente, e seus fundadores e agora sócios minoritários (Gustavo Pavan, Guilherme Kuyumjian e Filipe Moreno) continuam na operação.
Boa parte da compra foi viabilizada com capital próprio. Também foram aportados recursos por meio de um SAFE estruturado pela RP Capital, uma assessoria de investimento que atua no interior de São Paulo. Esse investimento antecipado deverá ser revertido em cerca de 10% do capital da companhia.
Juntas, Boali e Mana atendem cerca de 400 mil pessoas por mês, e a expectativa é chegar a 1 milhão de atendimentos mensais até 2027.
Com a aquisição, a Boali quer tirar proveito de sinergias na cadeia de supply chain e na logística de produtos perecíveis.
Dos 67 itens que compõem os pratos da Boali, apenas 12 são regionais. Os outros 55 saem do centro de distribuição da empresa em Jarinu, interior de São Paulo, e têm tempo de prateleira superior a 50 dias.
Os alimentos já vem porcionados dos fornecedores e são manipulados apenas nas lojas. As carnes, por exemplo, são embaladas in natura, passam por um processo de cozimento lento em termocirculadores e só então são congeladas.
Outra vantagem da aquisição para a Boali é ampliar a participação do canal delivery na receita do grupo. Hoje, 70% das vendas da Mana ocorrem por serviço de entrega, contra 35% da Boali.
Barros aposta num forte crescimento do delivery de comida no Brasil. Apenas 28% da alimentação dos brasileiros é feita fora de casa. Nos Estados Unidos, esse percentual chega a 56% e na China, um país onde o delivery de comida impera, a 83%.
“Na China é mais barato comer fora do que comer em casa,” disse Barros. “À medida que o food service cresce no Brasil, o custo por refeição tende a diminuir e as taxas de entrega também irão reduzir.”
O custo de implantação de uma loja da Boali varia de R$ 280 mil, para um quiosque, até R$ 450 mil para uma unidade em shopping ou edifício comercial. A empresa tem 30 operações corporativas, como um restaurante que fica na sede do Bradesco, na Cidade de Deus.
Além da expansão no Brasil, a empresa quer levar seu modelo de fast food de saladas para o exterior. A Boali, que já tem uma loja em Lisboa, inaugura uma unidade em outubro em Miami e outra em Barcelona em dezembro.