O Banco Master está comprando o Banco Voiter (o antigo Indusval) numa transação que adiciona R$ 800 milhões ao seu PL.

O Master fechou o ano passado com um PL estimado em R$ 2,7 bilhões, R$ 6 bi de receita e um resultado líquido estimado de R$ 500 milhões.

Ao mesmo tempo, o banco está fazendo uma reorganização societária, criando uma holding – a Master SA – que controlará separadamente o banco de varejo, o banco de investimentos e as futuras aquisições do grupo.

A aquisição do Voiter “é um passo importante para nós neste momento de reorganização, pois vai concentrar todas as operações de banco de investimento do grupo além de abrir uma nova frente no agro,” o banco disse num comunicado.

Desde que o velho Banco Máxima se tornou o Banco Master em 2018, o banco tem sido um dos mais ativos dealmakers da Faria Lima, montando posições de controle em special situations como a Veste (a antiga Restoque), Metalfrio, Flytour, além de investimentos na Light, na Cidade Matarazzo e no Fasano Itaim.

Hoje o Master tem três grandes acionistas: Vorcaro, Mauricio Quadrado e Augusto Lima.

Depois que a aquisição do Voiter for aprovada pelos reguladores, Vorcaro e Lima serão sócios do Banco Master – que terá a operação de varejo – e Vorcaro e Quadrado serão sócios no Voiter, que abrigará a operação de atacado.

Depois da aquisição, o Voiter vai incorporar o atual banco de investimentos do grupo, incluindo a corretora, as duas gestoras (MAM e MACAM) e as duas DTVMs (CM Capital e Trustee).

A compra do Voiter acontece depois de uma negociação rápida entre Vorcaro e o empresário Roberto de Rezende Barbosa, que tem 100% do capital do banco.

Desde que se chamava Indusval, o Voiter sempre sofreu as dores dos bancos pequenos, que captam a um custo maior do que os grandes bancos e, na hora de emprestar, acabam captando os clientes com mais risco.

Hoje o Voiter é focado em clientes corporativos e no agronegócio, com uma carteira de crédito de R$ 2,6 bilhões; o Master tem cerca de R$ 24 bilhões.

Várias negociações para a venda do banco já foram anunciadas, mas não prosperaram. Rezende também teve uma briga pública com a Estáter, a boutique de Pércio de Souza, que havia sido contratada para administrar o banco.

Além do capital atual – um PL de R$ 400 milhões – a transação prevê que Rezende fará um aporte de mais R$ 400 milhões.

Com outras operações previstas para este ano, o Master disse que espera terminar 2024 com um PL de R$ 5 bilhões.