Sir Martin Sorrell, o todo-poderoso ‘big boss’ da WPP, está sendo investigado por “comportamento impróprio” e “mau uso de ativos da companhia.”
Um porta-voz da WPP confirmou a investigação, revelada hoje à tarde pelo The Wall Street Journal, mas disse que os valores envolvidos não são relevantes. A WPP contratou um advogado externo para investigar as alegações de conduta pessoal inadequada.
Maior conglomerado de marketing e publicidade do mundo e dono de grandes agências como a J. Walter Thompson e a Y&R, a WPP teve no ano passado seu pior resultado desde a crise de 2008, e a perspectiva para este ano continua sorumbática. A ação da companhia já caiu 35% nos últimos 12 meses.
“Eu rejeito a alegação completamente, mas reconheço que a companhia tem que investigar isso,” Sorrell disse num comunicado. “Entendo que esse processo será concluído em breve.”
As alegações — que vêm num momento de tensão entre Sorrell e o conselho — são um pesadelo de relações públicas para um dos nomes mais respeitados da publicidade mundial. Sorrell é o inventor da WPP, que ele criou a partir de uma fabricante de carrinhos de supermercado que adquiriu nos anos 80. Hoje, a WPP tem mais de 160 empresas e 200 mil funcionários.
Nos últimos anos, Sorrell ganhou os holofotes pelo tamanho de sua remuneração, que no último ano caiu para £10 milhões pagos em ações. Em 2015 e 2016, ele havia recebido £ 70 milhões e £ 48 milhões, respectivamente. As ações representam a maior parte do pagamento do executivo, mas os números não incluem o salário propriamente, um bônus de curto prazo e outros benefícios aos quais ele tem direito.
Segundo o Journal, a WPP nunca anunciou planos de sucessão para Sorrell, que vão fazer falta agora se as alegações se provarem verdadeiras. O jornal especula que os candidatos internos são o CEO global da Wunderman, Mark Read; o líder da Kantar, Eric Salama; ou Lindsay Pattison, o chief transformation officer da WPP. Sorrell tem 73 anos.
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