O Bradesco está prevendo uma retomada das empresas de ônibus no ano que vem por conta das eleições e do fim da pandemia.

Por conta disso, os analistas Victor Mizusaki, André Ferreira e Pedro Fontana estão dando um ‘upgrade duplo’ na recomendação para Marcopolo, que saiu direto  de “underperform” para “outperform”.

O preço-alvo subiu 60%, de R$ 2,50 para R$ 4, implicando um upside de 48%.  O papel fechou ontem a R$ 2,73.

A Marcopolo ganhou 56% dos pedidos de ônibus na licitação do “Caminho da Escola”, o programa governamental de renovação e ampliação de frota. O leilão saiu com com aumento de 30% no preço em relação à licitação anterior, lembra o banco.

Por conta do ano eleitoral de 2022, os analistas acreditam que a entrega dos pedidos poderá ser acelerada e que novas licitações podem acontecer.

Além disso, o Bradesco diz que os trabalhadores estão voltando ao escritório, o que aumenta o fluxo de passageiros no transporte público. Eles também avaliam que a alta dos preços das passagens aéreas pode aumentar a demanda pelas viagens de ônibus.

A Marcopolo está recompondo sua carteira de pedidos no Brasil e no e no exterior e também deve se beneficiar da recuperação da demanda de passageiros por ônibus em outros países, escrevem os analistas.

Para eles, a ação ficou para trás e não antecipou a perspectiva de retomada dos negócios depois da pandemia.  A Marcopolo está sendo negociada a 13x EV/EBITDA 2022, um desconto de 30% em relação à sua média histórica de 19x.  Os analistas acreditam que o múltiplo pode expandir até 18x.

O Bradesco aumentou em 39% – para R$ 295 milhões – a projeção para o EBITDA em 2022; e em 47%, para R$ 529 milhões, a estimativa para 2023.