Desde o início da campanha eleitoral, Lula tem batido forte nas privatizações – uma postura que infelizmente não mudou depois que o candidato virou Presidente. 

Ele tem atacado a privatização da Eletrobras, que  chamou até de ‘crime de lesa-pátria’ – mandou parar todos os processos de venda de ativos da Petrobras, e na semana passada retirou os Correios e outras seis estatais do programa de privatizações.

Tudo para defender um Estado grande que presta péssimos serviços enquanto cobra uma carga de impostos desproporcional.

Essa visão de mundo do Presidente, no entanto, está perdendo tração na opinião pública.

Uma pesquisa do Datafolha publicada hoje mostra que o apoio do brasileiro às privatizações subiu 12 pontos percentuais em comparação a setembro do ano passado. 

A taxa de aprovação é a maior da série histórica do Datafolha desde pelo menos 2017, quando apenas 20% da população era a favor da privatização. 

Parece que quanto mais Lula faz um discurso estatista, mais as pessoas mudam de opinião. 

Agora, 38% dos brasileiros são a favor das privatizações, enquanto 45% ainda se opõem (mas um percentual 21 pontos percentuais abaixo de setembro, no auge da campanha eleitoral).  

Por faixas de renda, a desaprovação às privatizações só é maior entre quem recebe até 2 salários mínimos, com 46% dizendo ser contra – mas impressionantes  34% se dizendo a favor. 

Entre quem recebe de 2 a 5 salários mínimos, há um empate técnico – 44% são contra e 43% a favor. Já nas faixas de renda de 5 a 10 salários mínimos e acima de 10 salários mínimos, o apoio à venda de estatais ganha com folga – 50% a favor e 38% contra, e 55% a favor e 37% contra, respectivamente. 

A maioria dos entrevistados defende a privatização de empresas de saneamento, energia, rodovias e aeroportos. A privatização dos Correios teve um empate técnico (46% a 45%), enquanto a maioria dos brasileiros disse se opor às privatizações de portos (46% a 42%), bancos públicos (55% a 36%) e da Petrobras (53% a 37%).