A Let’s Code — uma escola de programação que forma profissionais para empresas como Santander, Amazon e Itaú — acaba de levantar R$ 5 milhões numa rodada que vai acelerar sua expansão num momento em que o ‘gap’ entre oferta e demanda de mão de obra de TI continua crescendo. 

11414 26734d99 b860 f46a d655 739635e9577fA rodada de ‘seed money’ foi feita com a QMS Capital, dos ex-Credit Suisse Marcelo Kayath e Edward Weaver, e a Cadonau, um veículo de investimentos do Grupo Jereissati. 

A Let’s Code opera num modelo de educação híbrida: cada vez menos aulas presenciais, cada vez mais Zoom. 

O foco é o mercado B2B, que responde por 75% da receita da startup. As empresas podem contratar a Let’s Code para dar cursos para seus funcionários ou para formar e direcionar novos profissionais para elas. 

No ano passado, a startup prestou esse serviço para empresas como XP, Itaú, Stone e Amazon. Agora, acaba de fechar contratos com a Empiricus e o Santander. 

Os cursos custam em média R$ 1 mil por mês e duram de 14 a 18 meses. 

A Let’s Code faturou R$ 4 milhões ano passado e espera chegar a R$ 15 milhões este ano. O ‘business plan’ prevê uma receita de R$ 100 milhões em 2023, quando a startup estaria formando mais de 10 mil alunos por ano. (Ano passado foram 2 mil). 

Fundada em 2016, a Let’s Code nasceu da cabeça de Felipe Paiva, que trabalhou seis anos no Credit Suisse e sempre sonhou em empreender. A outra sócia é Tatiana Vasone, que começou como estagiária e hoje é a COO da empresa. 

Felipe disse ao Brazil Journal que sua ideia é criar uma espécie de ‘mini-faculdade’, com cursos que fiquem no meio do caminho entre um ‘bootcamp’ e uma graduação convencional.

“O modelo tradicional de faculdade está ultrapassado,” diz ele. “São cursos muito longos e desconexos com o mercado de trabalho. Você faz quatro anos de aulas e só vai aprender mesmo como as coisas funcionam quando estiver trabalhando, na prática.”

O mercado de formação de programadores está começando a ver competição, com o surgimento de startups como a Trybe (que opera num modelo de ‘income share agreement’) e a Digital House — ambas capitalizadas e com investidores conhecidos por trás. 

Ainda assim, a oferta é pequena para o tamanho do buraco: o Brasil tem mais de 300 mil vagas de TI abertas, enquanto as faculdades de computação formam apenas 2 mil novos programadores por ano. 

Reconhecendo a escassez de profissionais de STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) no Brasil, o fundador do BTG Pactual disse que vai investir R$ 200 milhões para criar a Inteli, uma faculdade de ciência da computação que ambiciona se tornar o ‘MIT brasileiro’.