A Lightrock — uma gestora de growth equity que liderou as últimas rodadas da Creditas e Buser — acaba de fazer o first closing de um novo fundo para a América Latina.
A gestora já levantou US$ 150 milhões e tem commitments para chegar a US$ 250 mi. O target é US$ 300 milhões, e a gestora espera finalizar a captação nos próximos três meses.
O novo fundo vai investir em 7 a 9 startups em estágios avançados de maturidade (Séries C, D e E). A Lightrock quer investir em empresas que passem por um crivo de VC, mas que já estejam a dois ou três anos de abrir o capital.
“Nosso approach é apostar na continuação do crescimento e tomando mais o risco de execução do que o risco de produto,” o managing partner da América Latina, Marcos Wilson Pereira, disse ao Brazil Journal.
Até dezembro do ano passado a Lightrock era controlada pela LGT — o grupo bancário pertencente à família real de Liechtenstein e que administra mais de US$ 300 bilhões em ativos.
Em janeiro deste ano, a Lightrock mudou para uma estrutura de partnership, com os executivos assumindo o controle e a LGT retendo uma participação minoritária.
A Lightrock entrou na América Latina em 2017 e fez seus primeiros investimentos na região por um fundo global de US$ 950 milhões. Esse fundo — cujo capital veio 100% da LGT — já está totalmente investido e começando a fase de desinvestimento.
Com a recente mudança societária, os sócios da Lightrock decidiram captar fora da LGT para reduzir a dependência do capital do grupo europeu, disse Marcos.
“Queremos aumentar nossa exposição à América Latina e chegar a US$ 1 bilhão na região em dois anos, então ter outras fontes de capital faz todo sentido,” disse o gestor. “Além disso, tem a questão do networking: estamos trazendo como investidores algumas das maiores famílias do País, o que agrega muito pra gente e para as investidas.”
Ainda assim, a LGT deve continuar um investidor importante do fundo, com cerca de 40% do passivo.
O novo fundo já alocou US$ 100 milhões em três investimentos: liderou a última rodada da Creditas, há um ano, e a Série C da Buser, quando a startup de fretamento de ônibus levantou R$ 700 milhões. No México, o fundo investiu também na Konfio, uma fintech que atende pequenas e médias empresas dando acesso a crédito, meios de pagamento e sistemas de gestão.
A tese da Lightrock é investir em empresas que tragam “soluções de tecnologia para resolver grandes problemas estruturais dos mercados em que atuamos,” disse Marcos.
Dentro dessa visão, a gestora foca em três verticais: acesso, tanto à educação, quanto à saúde e inclusão financeira; produtividade (companhias com soluções inovadoras para problemas antigos); e meio ambiente.
Além do fundo para a América Latina, a Lightrock está no processo de captar um fundo de US$ 300 milhões para a Índia e um de US$ 500 milhões para Estados Unidos/Europa, além de um fundo global focado apenas em climate change.